As marcas deixadas por uma separação serviram de inspiração para Marta Azevedo produzir a série de autorretratos intitulada “Simbiose”, que está entre os finalistas do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025 na categoria Ensaio. A argila funciona como metáfora da aspereza da vida, enquanto a flor representa a luz, a cor e a esperança no futuro.
O trabalho foi realizado entre 2015 e 2017, no estúdio que a fotógrafa mantém em sua própria residência, no Rio de Janeiro. Marta Azevedo tem uma extensa trajetória na fotografia, atuando como autodidata, aprimorou sua produção por meio do estudo e da análise de grandes mestres do retrato, como Irving Penn, Platon, Nana Moraes e Bob Wolfenson. A partir de 2006, quando morava nos Estados Unidos, passou a usar flashes de estúdio e desenvolveu sua própria luz ao longo de experimentos, tentativas e erros.
Além dos autorretratos, seu trabalho é marcado por um extenso projeto de retratos de afrodescendentes, tanto celebridades como anônimos. Descubra mais sobre seu perfil na entrevista que segue.


Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 69 anos. Moro no Rio de Janeiro e trabalho em casa onde tenho um home studio de fotografia
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Comecei a fotografar aos 18 anos quando ganhei uma pequena câmera. Anos depois me encantei pelo retrato, fotografando familiares e amigos, e me aprimorei estudando e analisando os grandes fotógrafos como Irving Penn, Platon, Nana Moraes, Bob Wolfenson entre tantos outros.
Desenvolvi meu próprio olhar, dando preferência ao rosto e suas diferentes expressões. No início fotografava em luz ambiente mas não gostava de depender da hora certa para fotografar. Em 2006, quando morava nos Estados Unidos, comprei dois strobes e montei um estúdio em casa. Aprendi a fazer a luz entre erros e acertos. Sou autodidata. Estou sempre aprendendo.


Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
Simbiose foi realizado no meu estudio no Rio de Janeiro nos anos de 2015 a 2017.
Eu sempre gostei de fazer autorretrato, mas de um modo criativo. Então, depois de um divórcio difícil, eu tive a idéia do autorretrato , tendo a argila como metáfora da aspereza da vida, e a flor como a luz e a esperança no futuro.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
No momento, estou dando continuidade ao projeto sobre afrodescendentes, desta vez retratando famosos e anônimos e, paralelamente, prossigo com o autorretrato.

