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Ueslei Marcelino: Do Revele-se ao Pulitzer

Ueslei Marcelino publicou sua primeira imagem em Fotografe há 16 anos e hoje é o segundo fotógrafo brasileiro a ganhar o principal prêmio de jornalismo dos Estados Unidos

Érico EliasbyÉrico Elias
1 de February de 2022
in Profiles
Ueslei Marcelino: Do Revele-se ao Pulitzer

Parte dos migrantes da caravana de milhares de pessoas da América Central que seguiu rumo aos Estados Unidos (aqui, o grupo estava em Mapastepec de Huixtla, México): reportagem deu o Prêmio Pulitzer ao brasileiro Ueslei Marcelino

Da primeira imagem publicada em um veículo de circulação nacional, no caso a edição 87 de Fotografe, à recente conquista do Prêmio Pulitzer, principal referência do jornalismo nos Estados Unidos (e uma das mais importantes no mundo), a trajetória do brasiliense Ueslei Marcelino tem sido marcada pelo sucesso na carreira de repórter fotográfico. Depois do paulista Mauricio Lima, em 2016, tratando do tema dos refugiados, Marcelino se tornou o segundo brasileiro a receber o prêmio americano com temática parecida ao cobrir a caravana de milhares de migrantes na América Central que, em outubro de 2018, partiu de Honduras, atravessando a Guatemala e o México, até chegar à fronteira com os Estados Unidos.

Assim como Lima e seus colegas do jornal The New York Times, Ueslei   ganhou o prêmio junto com outros dez fotógrafos da agência Reuters, de diferentes nacionalidades: Alkis Konstantinidis (Grécia), Adrees Latif (Paquistão), Carlos Barria (Argentina), Carlos Garcia Rawlins (Venezuela), Edgard Garrido (Chile), Goran Tomasevic (Sérvia), Kim Kyung Hoon (Coreia do Sul), Loren Elliott (Estados Unidos), Lucy Nicholson (Reino Unido) e Mike Blake (Canadá). O trabalho foi coordenado pelas editoras Claudia Daut (Alemanha)  e Corinne Perkins (Austrália), que planificaram toda a cobertura.

O primeiro prêmio que conquistou, segundo ele, foi a publicação de uma foto de sua autoria na seção “Revele-se” de Fotografe, na edição de dezembro de 2003, que mostrava um incêndio florestal.  “Consegui uma imagem artística diferente e ela foi publicada. Comprei várias revistas na época, todo orgulhoso de ter visto uma foto minha na maior publicação do gênero no Brasil”, lembra o fotógrafo.

Um hondurenho protege o filho depois que outros migrantes invadiram um posto fronteiriço na Guatemala, em Ciudad Hidalgo, México. Foto: Ueslei Marcelino

Filho de peixe que nadou muito

Filho do fotojornalista Antônio Marcelino, Ueslei cresceu circulando pelo ambiente das redações da capital federal. “Brincava pelos corredores dos jornais, na redação com as máquinas de escrever e laboratórios onde meu pai trabalhava. As recordações de criança me trazem à memória o antigo parque gráfico onde por algumas vezes escorregava entre as bobinas gigantes de papel que seriam usadas para imprimir os jornais”, recorda ele.

O primeiro emprego foi como laboratorista da sucursal da Folha de S. Paulo em Brasília, cidade onde nasceu em 1979, no dia do repórter fotográfico, 2 de setembro – lá cresceu e vive até hoje. Já quando estudante universitário de Publicidade e Propaganda, nas Faculdades Objetivo, conseguiu um estágio como fotógrafo no Jornal de Brasília.

Até começar a trabalhar como freelancer na Reuters, em 2011, Ueslei Marcelino fotografou de tudo um pouco: casamento, book de cachorro, festas, frilas para jornais locais e revistas nacionais, trabalhos autorais para instituições governamentais, produção para banco de imagens, editoriais da ONU, Unesco e outros organismos internacionais… “Tenho orgulho de ter trabalhado por três anos na agência de esportes AGIF, onde tive a honra de aprender muito com o editor Fernando Soutello”, declara.

Jonathan Rodriguez, migrante de 7 anos de idade, esperava por carona depois de descansar em um acampamento. Foto: Ueslei Marcelino

Talento levou à efetivação

Depois de começar a colaborar com a Reuters, Ueslei chamou a atenção do experiente fotógrafo Sergio Moraes, editor da agência no Brasil, por conta do seu talento. Moraes deu oportunidade para que o jovem fotógrafo mostrasse o potencial que tinha e ainda em 2011 o efetivou como membro da equipe. Trata-se de um seleto time de profissionais de alta qualidade, capazes de sair a campo e trazer informações em primeira mão. O ambiente de trabalho estimula a iniciativa própria e a expressão pessoal, dentro dos limites éticos e da necessidade de informar inerentes à profissão.

“A sensação de quando saio para uma pauta é exatamente a mesma que pensava ter quando sonhava acordado em trabalhar na maior agência de fotografia do planeta. Tenho total liberdade para propor assuntos e matérias, iniciativa para avaliar o que devo ou não cobrir. Também recebo pautas diretamente do meu editor no Brasil, que coordena tudo e sempre tenta facilitar nossa vida. Além disso, tenho outros editores para pautas especiais, editor de América Latina, esportes e o editor global”, conta Ueslei.

Ele aponta a plataforma online Wider Image como exemplo de abertura criada pela Reuters para a publicação de histórias contadas de um ponto de vista autoral, usando o fotojornalismo como ferramenta para divulgar os fatos. Fora isso, a agência estimula seus fotógrafos a viajar para coberturas especiais, como no caso da caravana de migrantes – quando deu esta entrevista a Fotografe, Ueslei Marcelino estava retornando de uma viagem de 40 dias pela Venezuela, onde cobriu os distúrbios políticos e as dificuldades enfrentadas pela população local.

Migrante de El Salvador carrega a filha de 1 ano na travessia do Rio Suchiate em Ciudad Hidalgo, México. Foto: Ueslei Marcelino

Escolha feita pelos fotógrafos

Em 2018, Ueslei Marcelino foi eleito Fotógrafo do Ano da Reuters pelos colegas e editores. Foi o primeiro brasileiro a conquistar esse feito, o que de certa forma serviu como prenúncio ao Prêmio Pulitzer. “Quem me conhece sabe que não tenho ego para isso e não trabalho buscando prêmios. Todas as mensagens que chegavam diziam em um só tom que eu era merecedor do reconhecimento e, de verdade, isso foi incrível. Me fez entender que vale a pena se dedicar e abdicar das outras coisas em busca de um fotojornalismo coerente e com conteúdo”, afirma.

Ele participou das coberturas das mudanças políticas do Brasil nos últimos anos, foi aos conflitos na Venezuela, acompanhou Barack Obama na visita a Cuba, cobriu a Copa do Mundo na Rússia e teve, ainda em 2018, a chance de fotografar o que mudaria para sempre sua vida: a caravana de migrantes de países da América Central rumo aos Estados Unidos.

“Existe um Ueslei Marcelino antes e outro depois da caravana. Fazer parte da equipe que cobriu essa história é um marco profissional importante, mas também uma mudança pessoal gigantesca. Cresci como pessoa, como ser humano, como pai, como filho, como homem, como sociólogo, antropólogo. Andei por quilômetros, dormi na rua. Tomei banho em rios e senti muitas sensações que jamais vou esquecer”, relata.

Foram um total de 62 dias vividos de forma intensa. Ueslei acompanhou a caravana desde a partida em Honduras, em meados de outubro de 2018, até a chegada à Cidade do México, em 20 de dezembro. Ao todo, cerca de 20 fotógrafos da Reuters estiveram envolvidos na cobertura. Adrees Latiff, além de participar como fotógrafo, foi o editor chefe em Nova York e selecionou as imagens que compõem o trabalho vencedor do Pulitzer.

“Na prática, cada fotógrafo fazia sua rotina e acompanhava a caminhada dos migrantes de um ponto de vista muito particular. O fluxo de trabalho e a rotina física não eram tão simples. Tínhamos que fotografar, transmitir, informar, coordenar o transporte, fazer um plano para a próxima parada juntos com os integrantes da caravana. Encontrar um quarto ou lugar para colocar as baterias para recarregar, tomar banho, comer, cuidar dos pés, tentar descansar com um olho dormindo e o outro acordado, porque muitas vezes eles decidiam sair mais cedo do que haviam planejado”, relata Ueslei.

Parte da caravana de milhares de migrantes espera carona em um caminhão ao longo da estrada para Arriaga de Pijijiapan, México. Foto: Ueslei Marcelino

Diante da dor do outro

Mesmo com uma bagagem de situações tensas vividas, Ueslei Marcelino revela ter sido muito difícil ver o sofrimento físico e emocional de muitas famílias e não conseguir fazer algo concreto que pudesse mudar a vida delas. Nesses momentos de limite, era um desafio encontrar uma forma de expressar a crise humanitária sem ferir a dignidade das pessoas envolvidas. “Para isso, muitas vezes fiz o exercício de me colocar no lugar do outro para poder avaliar bem o que devia ou não ser retratado”, lembra.

Depois da primeira caravana, outras iniciativas surgiram com o mesmo princípio. A situação tem se tornado cada dia mais tensa na fronteira do México com os Estados Unidos. Ueslei segue acompanhando a pauta, mas de uma forma diferente. Tem buscado informações sobre algumas famílias que participaram da primeira caravana, com o intuito de reencontrá-las e contar o que mudou na vida delas e o que vislumbram para o futuro.

“O tema é recorrente e, claro, ganhou mais notoriedade na imprensa e nas redes sociais pelo grande número de pessoas que tentavam atravessar no ano passado. O fotógrafo americano John Moore publicou recentemente um livro que, além de ser um documento importante, ajuda a entender o fluxo migratório de uma forma bem interessante, com fotos incríveis”, conta ele, referindo-se a Undocumented: Immigration and
the Militarization of the United States-Mexico Border
.

Centenas de migrantes comemoram uma carona com caminhões na estrada em Tapachula, México. Foto: Ueslei Marcelino

Mercado exige perfil multimídia

Para Ueslei Marcelino, hoje em dia não basta ter boas fotos para conseguir se destacar. É preciso se informar sobre aquilo que se está fazendo, ler muito, saber escrever e fazer vídeo. O profissional multimídia é uma exigência do mercado e, segundo ele, deve estar ativo nas redes sociais e ligado nas novas tecnologias. Precisa dominar outros idiomas e se comunicar bem em inglês principalmente.

“Para quem está começando, sugiro que se jogue de cabeça. Tem que entrar com tudo, participar de tudo. Estou vendo muitos coletivos fotográficos superinteressantes surgindo nas grandes cidades. Experimente. Faça testes, estude. Anote informações técnicas, como velocidade, ISO, diafragma e compare os resultados. Participe de associações de repórteres fotográficos, se envolva ao máximo”, ensina ele. 

Mulher empurra o filho na cadeira de rodas em estrada de Juchitan, México. Foto: Ueslei Marcelino

Com os pés na estrada sempre

A vantagem de se trabalhar em uma agência é ter a estrutura de uma equipe de primeira linha coordenando a logística para  que os profissionais que estão em campo possam fazer o trabalho da melhor forma possível. É a Reuters que fornece hotel, alimentação, transporte, conexão à internet e todos os equipamentos de segurança obrigatórios, como capacetes, coletes à prova
de bala e máscaras de gás.

“O fotógrafo de agência vive com os ‘pés na estrada’, mas nem sempre no sentido corriqueiro da expressão. Nacho Doce, por exemplo, é um fotógrafo espanhol que trabalha pela Reuters em São Paulo. Tem um trabalho incrível que mostra uma São Paulo pouco vista antes. Então, é possível colocar os ‘pés na estrada’ mesmo sem sair da cidade onde está baseado. Aliás, esse é um enorme desafio”, pontua.

Ueslei conta que na maior parte das pautas os fotógrafos da Reuters saem a campo sozinhos e trabalham de forma independente em relação aos jornalistas de texto e de vídeo. “Texto, TV e foto têm tempos e processos diferentes para produzir conteúdos de acordo com cada pauta. Exatamente agora, começamos a trabalhar em um projeto novo, completamente multimídia. Vem coisa boa por aí”,  diz Ueslei Marcelino (foto abaixo).

Ueslei Marcelino retratado por Carlos Becerra
Famílias descansam à beira da estrada a caminho de Mapastepec de Huixtla, México. Foto: Ueslei Marcelino

Matéria publicada originalmente em Fotografe Melhor 273

Tags: highlightsdocumentalÉrico EliasfotojornalismoPrêmio PulitzerReutersUeslei Marcelino
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