Toda terça de manhã compro peixe na feira do bairro. Assistir aos trabalhadores dessa esfera me causa fascínio desde a infância, quando frequentava com meu pai. Muito movimento, interações e personalidades vibrantes chamavam minha atenção o tempo todo. A barraca dos peixes é meu destino certo atualmente. Toda vez fico hiptonizada nas pessoas que ficam ao fundo cortando e limpando as peças. Seus movimentos, a luz do sol refletindo na água que usam, nas facas, as mãos. Parece uma dança. Gosto de ver suas tatuagens, suas expressões e partitura, resultado dessa repetição constante.
Um dia vou com minha câmera, decidida a materializar as imagens que causam tanto encanto nos meus pensamentos. Esse ensaio é meu olhar de admiração para esses personagens trabalhadores, donos de uma áurea brilhante e seus saberes do fazer.