“Acorrentados” é uma série de fotografias que trata de acorrentamentos de objetos em ambientes públicos urbanos. As correntes enlaçam tais objetos primariamente para protegê-los de furtos, sinalizando também que eles não estão abandonados e que possuem função utilitária para quem ali os depositou. A série faz também um mergulho nas formas desses objetos construindo uma escrita fotográfica baseada em linhas, volumes e massas de cor.
A série quer, ainda, jogar luz sobre aspectos que passam despercebidos à maioria dos transeuntes, tais como: a possibilidade de serem furtados, que pode ser vista como uma violência em potencial; a função exercida pelas correntes de posicionar tais objetos no polo do útil diante da dualidade utilitário/abandono; e, chamar a atenção para esses objetos há muito tornados invisíveis em decorrência do intenso e repetitivo fluxo dos habitantes das cidades.