Enquanto tentamos equilibrar nossas turbulências, muitas vezes não percebemos como nos afastamos de nós mesmos, da nossa verdadeira essência, daquilo que é verdadeiramente nosso, infinito e particular. Nossos atos, nossos gostos, até a forma que pensamos, são apenas o reflexo de algo muito maior que existe – e cresce – dentro de nós. Imergindo na natureza desse Desconhecido, Yas Almeida criou a série “Ao Desconhecido que me habita”.
A artista apresenta através de uma série de autorretratos analógicos uma tentativa simbólica de trazer à superfície fragmentos da voz que ecoa no interior, que se faz presente nos momentos de solitude e muitas vezes se esconde mediante à opressão da voz do outro.
Não obstante à severidade das tentativas de silencia-la, a voz do Desconhecido, que vive no canto mais fundo do subconsciente, dita nossas ações. Os sins e os nãos. Os medos e os sonhos.
Que essa voz possa ser ouvida – que ela não seja silenciada.
Nem por dentro, tampouco por fora.
Aqui inscrevo um fragmento desta obra que em sua totalidade soma 6 poemas e 30 fotografias que narram esta história de reencontro e perda de si mesmo.