“Exu matou um pássaro ontem, com uma pedra que só jogou hoje”.
Exu, ser das encruzilhadas, das trocas, do movimento, da transformação, da resistência, da reinvenção, é fundamental para se pensar a experiencia afro-diaspórica no Brasil e nas américas. Exu é quem abre os caminhos; quem habita todos os caminhos. Seus atributos são também dos seres que habitam as margens, que cruzam os limites, que redefinem novas formas de sociabilidade, especialmente (mas não exclusivamente) nos terreiros. Alvo preferencial das denominações neopentecostais em sua cruzada racista contra as tradições e religiões de matriz africana, resiste às tentativas de demonização e segue, em seu trabalho de mediação entre os seres e mundos de cá e de lá. Sua sabedoria e astúcia se manifestam das formas as mais diversas; uma das mais evidentes é quando se faz presente nos corpos dos povos de terreiro. Este ensaio não busca respostas, mas um complemento à celebre pergunta espinosista: “o que pode um corpo… com Exu?”
As imagens que compõem o ensaio foram realizadas na Casa de Quimbanda 7 Marias, na cidade de Abaeté (MG) em 2022, com a anuência e participação dos médiuns e das entidades da casa.
Laroyê Exu! Exu é Mojubá!