Nas dobras e transparência do plástico, encontra-se o reflexo de nossas próprias dobras e vulnerabilidades. Cobertos pela cegueira do mundo das imagens e aparências, ansiamos pela eternidade, encobrindo a finitude com o véu enganoso do material.
Frágeis e temporários, os sacos plásticos distorcem a visao e desvelam as incoerências, inquietações e contradições das relações humanas. Embora não haja nenhum recurso, ou dispositivo que possa nos proteger completamente dos efeitos e ações do tempo, ainda assim, continuamos celebrando o apego a qualquer tentativa de proteção e permanência.
Um remar contra a certeza do inevitável, que nos impede de contemplar aquilo que nos conecta a todos os seres que compõe a trama da vida: a bela e pavorosa natureza efêmera da existência.