Em conversa com todas as pessoas, pescadores e pescadoras fotografadas entre os anos de 2021 e 2024 quase que unanimemente, as falas por ausência de ações para a valorização e reconhecimento do trabalho dessas pessoas, estiveram presente, a falta de políticas contundentes que firmasse sua participação na cadeia de produtores, e de produtoras de cultura, emprego e renda.
Meu envolvimento com o assunto, pescadores e pescas não se dá de forma técnica profissional, mas do olhar atento estabelecido pelas minhas vivências em uma comunidade de pescadores e pescadoras da cidade do Salvador, por isso, me chamando atenção a diminuição do número de pessoas que vivem da pesca, de forma respeitosa e sustentável, ainda mais com os verdadeiros atrativos da pesca predatória que causa consequências catastróficas para o equilíbrio do ecossistema marinho.
Acompanhei de forma natural, durante três anos, a vida de mulheres e homens, mães, pais, avós, negros e negras com idade acima dos 45 anos, e com o mínimo de 15 anos vividos na, e da pesca. O objetivo era estar ainda mais presente no dia-a-dia dessas pessoas, compreender e fortalecer os diferentes ciclos da pesca artesanal, seus benefícios, suas dificuldades, e a relação dos envolvidos e envolvidas com a sociedade que consome esses pescados advindos dessa cadeia produtiva.
Foi um desafio para mim, um verdadeiro mergulho, na forma apropriada da palavra, aprendi muito, senti muito, e entendi meu papel como não pescador, um alguém que não vive da pesca, contudo, de alguma forma se beneficiou com a influência do modo de vida dessa gente.