As imagens são fotografias analógicas tiradas em diferentes praias e cidades do Ceará, onde nasci e vivo. Retratam a Praia do Meireles, em Fortaleza, e litorais de cidades como Icapuí, Icaraí e Paracuru. Mais do que apenas a beleza das paisagens, as fotografias buscam registrar as experiências vividas nesses lugares. A praia e o mar aparecem como espaços de lazer, afeto, trabalho e descoberta. São cenas do cotidiano que se manifestam dentro de um contexto de cidades litorâneas, remetendo ao tempo desacelerado e à calma.
A escolha pela fotografia analógica reforça isso. A textura do filme, a saturação das cores e os tons suaves criam uma atmosfera que remete à lembrança, à pausa, a uma outra relação com o tempo. São imagens que poderiam ter sido feitas em outras décadas, mas que também trazem elementos da contemporaneidade e da intervenção humana, revelando o presente. Ainda sobre o tempo desacelerado, o próprio processo analógico exige outra relação com o tempo. A quantidade limitada de imagens e o intervalo entre o ato de fotografar e o de ver a imagem pronta trazem um cuidado maior no gesto, uma escuta mais atenta do entorno. Esse ritmo mais lento e consciente se alinha ao ambiente retratado.