O ano era 2020 e estávamos no auge da pandemia de covid-19. A cidade dava a impressão de estar abandonada, quase não se via pessoas pelo caminho. Seres inanimados pareciam ganhar vida e me vigiar, como sinistros personagens de um filme de terror. Cadeiras vazias, onde antes as pessoas sentavam para conversar ao ar livre. Agora, se escondiam dentro de casa… A imagem da bandeira que se tornou símbolo de retrocesso, estabelecimentos fechados, mil novidades nada animadoras. Uma cidade estranhamente habitada por seres de plástico que observam os vivos. Vivos até quando? Esta pergunta nos assombrava cotidianamente. Como uma distopia, a cidade parecia colapsar silenciosamente.
Minhas saudades passam pelos rios…
“A memória de um pode ser a memória de muitos, possibilitando a evidência dos fatos coletivos.” – Paul Thompson....