Fragmentos poéticos de um passado líquido e promessas de futuros incertos.
Cada fotografia é um convite para contemplar a efemeridade e a eternidade. Observamos a erosão do tempo na sua forma mais pura. Conchas quebradas, polidas, algumas intactas em sua perfeição original, outras transformadas em ruínas elegantes. Elas nos sussurram histórias de vidas passadas, de lares abandonados e de uma persistência resiliente diante das forças implacáveis da natureza.
O ensaio nos convida a meditar sobre a impermanência e a ciclicidade. As conchas são símbolos da vida que emerge do oceano, prospera e, eventualmente, retorna à sua origem ou se desintegra. Elas personificam a jornada do ser: nascimento, desenvolvimento, declínio e, por fim, a reintegração com o todo. Há, nessas formas vazias, uma paradoxal plenitude. Elas representam a ausência do que já foi, mas também a persistência de sua forma, ecoando a ideia de que, mesmo na vacuidade, há ressonâncias de existência.