Este ensaio parte da água como espelho e território simbólico, lugar onde o corpo se reconhece, se refaz e se oferece. Inspirado em Oxum — orixá das águas doces, da fertilidade, do cuidado e da memória —, as imagens constroem uma narrativa silenciosa de gestos, fragmentos e reflexos.
O corpo não aparece como figura inteira, mas como presença em trânsito: mãos que sen abrem, braços que acolhem, pés que tocam a margem, superfícies que se desfazem no reflexo. A água não apenas reflete — devolve, duplica, distorce e revela outras camadas do ser. É espelho e passagem.
Entre luz e sombra, o ensaio propõe um tempo suspenso, ritualístico, onde a imagem se aproxima da experiência do sagrado cotidiano. Oxum surge menos como representação direta e mais como força sensível: na delicadeza do gesto, na repetição do movimento, na relação íntima entre corpo, água e silêncio.








