O non é um pão típico da Ásia Central. Seu consumo é envolto em simbologias e rituais: o non não deve ser cortado, deve-se arrancar pedaços; não se vira o non de cabeça para baixo; quando alguém parte em viagem, pendura-se um non em algum local da casa para que seja consumido na volta. É um símbolo também de integração e atemporalidade, já que é tradição marcar os pães com padrões dos tempos zoroastristas, mesmo que hoje a região seja muçulmana.
Neste ensaio, feito em Bukhara, Uzbequistão, tive a oportunidade de acompanhar a feitura de uma fornada de non, de esticar a massa até ser assado. O forno fica em um cômodo subterrâneo. Sentei-me na escada e, entre mímicas e tentativas de comunicação, acompanhei o processo: abrir a massa, marcar o pão com diversos símbolos, entrar e sair do forno fixando os discos de pão às paredes, observar os pães assando e, por fim, retirá-los.






