Folia de reis talvez seja a única manifestação folclórica que pode ser vista no interior do Estado do Rio de Janeiro. Ocorre no início de todos os anos e representa a viagem dos reis magos à manjedoura.
Em sua imensa maioria, os participantes da Folia de Reis são pretos e pobres. Vestidos com roupas que remetem às roupas militares saem em procissão ao som de uma bateria com uma batida que de também lembra uma parada militar.
Há também um tocador de acordeão que toca uma música, também triste e arrastada, quando o grupo para em frente a um presépio para cantar músicas de louvor. Cada grupo de Folia de Reis compõe suas próprias letras e músicas que lembram o cantar que se ouve nas missas.
No olhar e cantar destas pessoas se vê a manifestação de uma pura religiosidade que só se manifesta em gente bastante simples e é de uma beleza que as fotos mal captam.
Infelizmente a Folia de Reis está em extinção. Talvez como efeito desta modernidade fluida que esnoba eventos centenários, ou pelo avanço das igrejas neopentecostais que, certamente, não incentivam que seus fiéis participem de algo tão associado a símbolos do catolicismo.
As imagens deste ensaio foram obtidas em anos diferentes na Folia de Reis de Duas Barras, município do interior do Rio de Janeiro. Folias de diversas cidades próximas vão a Duas Barras com o propósito de continuar esta tradição quase centenária.