Entre o passar dos dias ordinários, vivem “in vertigem” os sentimentos de crescer.
A proximidade do fim da infância nos parece invisível. Pouco constam nos livros, artigos, rodas de conversa… Essa fase de passagem da infância para a adolescência, também chamada de Rubicão – em alusão à travessia de Júlio César pelo Rio Rubicão, um trajeto sem volta – é, como na história, uma declaração de conflito. Aos que testemunham dessa passagem, resta hastear as bandeiras brancas e junto à brisa suave do tempo, acolher essa inebriante fase de descobertas, confusão, medos, solitude, euforia, silêncios e barulhos à procura de identidade. Uma vida vertiginosa escondida nos dias mais comuns e fugazes.
A taça que brinda a vida no ordinário e a xícara do café que mantem alerta à travessia – elementos do cotidiano dessa mãe-fotógrafa – servem aqui ainda como recurso diante da lente da câmera, para expressar na imagem as distorções dessa vertigem que atinge filha, e mãe.