Este ensaio foi produzido durante meu pós-doutorado na UNT (Texas), entre os anos de 2018 e 2020, uma das universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos. A parede atrás de mim é o meu currículo Lattes impresso, folhas que resumem anos de estudo, esforço e sobrevivência.
Frente a esse fundo institucional, performo os afetos que não cabem na métrica da produtividade acadêmica: exaustão, raiva, enfrentamento, ironia, solidão. Ser uma mulher parda, periférica, na academia branca e elitista, é um ato constante de resistência.
Anos após esse ensaio fiz um curso de palhaçaria e nasceu Luna, a minha palhaça, mas hoje entendo que essa foi a sua primeira aparição. Luna veio para me ajudar a sobreviver com leveza, humor e uma boa dose de ferocidade.
Este ensaio é uma carta aberta a comunidade acadêmica, visual e encarnada, a todas que também tentam caber em lugares que nunca foram feitos para elas, mas serão!