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Mãos amarradas

A ilha das pedras brancas no meio do Rio Guaíba

Mãos amarradas

Mendes FilhoPorMendes Filho
27 de maio de 2025
em Ensaio

Selecionado no Prêmio Portfólio FotoDoc 2025

MÃOS AMARRADAS.
Ensaio: fotografias originais coloridas e dupla exposição em P&B com recortes de jornais da época aplicados nas paredes das celas – Ilha do Presídio, Porto Alegre

A Ilha do Presídio repousa no meio do Guaíba como um punhado de pedras brancas. De longe, parece apenas uma formação rochosa, quase natural — mas carrega, em seu interior, um silêncio pesado: ruínas de celas, paredes que guardam a memória do horror e da repressão. Ali, durante a ditadura militar, funcionou um dos presídios políticos mais simbólicos do sul do Brasil.

Neste ensaio, notícias, cordas e mãos amarradas ocupam o lugar da denúncia. A simbologia que atravessa as imagens não é mero artifício: é memória viva. As paredes grafitadas, os muros corroídos, a vegetação que insiste em crescer onde antes havia prisão — tudo isso revela que o tempo não apaga; ele intensifica. As marcas não desaparecem: se transformam em camadas, em musgo, em brechas por onde a história insiste em brotar.

Entre os muitos que passaram por ali, a morte de Manoel Raymundo Soares, sargento do Exército Brasileiro, tornou-se um símbolo incontornável da barbárie. Perseguido por apoiar o governo João Goulart, viveu na clandestinidade até ser preso pela Polícia do Exército em março de 1966, em Porto Alegre. Foi torturado no DOPS, depois levado para a Ilha do Presídio. Em 13 de agosto, voltou ao DOPS. Seguiram-se os espancamentos. Em 24 de agosto, seu corpo apareceu no Rio Jacuí, com as mãos amarradas para trás e sinais claros de tortura.

O episódio ficou conhecido como o “Caso das Mãos Amarradas” e rompeu o pacto de silêncio. Ganhou a imprensa, gerou comoção pública e pressionou a Assembleia Legislativa a abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Pela primeira vez, parte do que se fazia nas sombras começou a vir à luz.

Este trabalho em dupla exposição entrelaça imagens das ruínas da prisão com recortes de jornais da época. Mas é também um diálogo entre pedra e corda, entre o natural e o construído, entre o que ainda se vê e o que foi forçado a desaparecer.

Mãos amarradas.
De Raymundo, morto e lançado ao rio.
De tantos outros presos políticos, sem rosto e sem nome.
De uma sociedade que olhava, mas não via.
De uma mídia que calava.
De uma justiça que se omitia.
De instituições que lavaram as mãos enquanto o país sangrava.

Hoje, a ilha permanece. As pedras brancas, o silêncio, o vento cortando as ruínas. Mas a natureza ocupa, reivindica, grita. E o gesto das mãos amarradas, agora exposto, devolve ao presente aquilo que tentaram enterrar.

Este ensaio é sobre as marcas que insistem.
Sobre o que a história tenta esconder — e a imagem pode revelar. Sobre lembrar, para não repetir.

As ruínas do Presídio político
As celas do presídio
As notícias dos jornais estão presas na memória
Notícias longe da realidade, parecia tudo normal.
O que saiu de controle, assombrou a sociedade e escancarou o que as paredes já sabiam.
Somos nossas memórias.
A natureza que resiste e sobrevive no tempo

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Mendes Filho

Mendes Filho

Brasileiro, 62 anos, aposentado das obrigações formais, mas nunca da arte de capturar o tempo em abstrações de imagens. Fotógrafo por essência, transformo o cotidiano em legado, registrando instantes que, embora efêmeros, carregam em si a energia da vida. Minha câmera é uma extensão do olhar — um instrumento que traduz luz em memória, presença em permanência. Minha fotografia é um ato de escuta: documento do que insiste em ser visto, do que pulsa no ordinário e pede para ser guardado. Cada clique é um encontro entre o que surge e o que se desfaz, entre o acaso e a intenção. Não busco apenas imagens, mas vestígios do tempo — sua passagem sutil impressa em sombras, texturas e gestos. Retrato o que me convoca: cenas que nascem do desejo de preservar histórias ainda não contadas, da curiosidade pelo que a luz revela quando ninguém mais está olhando. Minha lente é movida pela criatividade que desperta no fluxo da rua, da natureza, da vida das pessoas, no ritmo das horas, no silêncio dos detalhes. Fotografo para que o efêmero não se perca — e, nesse processo, descubro que a vida, ela mesma, é um arquivo inesgotável. Em cada registro, deixo um fragmento de mim e resgato um pedaço do mundo.

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