O ensaio é composto por 8 fotografias PB/Sépia, produzidas entre 2015 e 2022, em Paraty/RJ. A série é inspirada na letra da canção “Naquela Mesa” de Sergio Bittencourt, interpretada por Nelson Gonçalves.
Abaixo do nível do mar, Paraty foi fundada
Em suas ilhas, ouro e comida outrora guardava.
YEMANJÁ, a mãe de todos os pretos,
Em noites de lua cheia e em altas marés
Vem realizar sua diária
Com suas águas invade as ruas
E a CASA GRANDE
lavando, passando, limpando,
Chorando pelo sangue derramado dos seus filhos,
Que nessa terra, por mais de 3 séculos, foram escravizados!
Seus nomes e suas histórias a Historia apagou,
YEMANJÁ, segue no seu labor doméstico, faça sol ou caia raio.
Como muitas mães pretas, sua alma clama por justiça.
Nessas ruas, de casas e casarios coloniais construídas por mãos e pés negros, as fotografias retratam o seu encher pelas águas, e o seu esvaziar de cidadãos pretos. Assim, “Naquela mesa, ele sentava sempre, E me dizia sempre o que é viver melhor, Naquela mesa, ele contava histórias, que hoje na memória eu guardo e sei de cor […] Naquela mesa, está faltando ele…”