FotoDoc
  • HOME
  • PRÊMIO
    • Prêmio Portfólio FotoDoc 2025
      • FinalistasNOVIDADE !
      • Selecionados
      • Diretrizes
    • Prêmio Portfólio FotoDoc 2024
    • Prêmio Portfólio FotoDoc 2023
  • FESTIVAL
    • Festival FotoDoc 2025
    • Festival FotoDoc 2024
    • Festival FotoDoc 2023
    • Festival FotoDoc 2022
  • CONTEÚDO
  • LOJA
    • Carrinho
    • Finalização de compra
  • SOBRE
    • Festival FotoDoc
    • Escola Panamericana
  • Português
  • Inglês
Nennum resultado
Ver todos os resultados
  • HOME
  • PRÊMIO
    • Prêmio Portfólio FotoDoc 2025
      • FinalistasNOVIDADE !
      • Selecionados
      • Diretrizes
    • Prêmio Portfólio FotoDoc 2024
    • Prêmio Portfólio FotoDoc 2023
  • FESTIVAL
    • Festival FotoDoc 2025
    • Festival FotoDoc 2024
    • Festival FotoDoc 2023
    • Festival FotoDoc 2022
  • CONTEÚDO
  • LOJA
    • Carrinho
    • Finalização de compra
  • SOBRE
    • Festival FotoDoc
    • Escola Panamericana
  • Português
  • Inglês
Nennum resultado
Ver todos os resultados
FotoDoc
Nennum resultado
Ver todos os resultados
Qual história contamos

Qual história contamos

Sabrina MouraPorSabrina Moura
10 de agosto de 2025
em Ensaio

Selecionado no Prêmio Portfólio FotoDoc 2025

Esse trabalho começou em meados de 2000, numa excursão do ensino médio com o professor de História para a cidade de Redenção, a primeira do Ceará a libertar os escravizados. Durante a visita ao museu Negro Liberto, lembro que logo ao entrar pela casa grande, a espaçosa residência da família branca, senti se materializar diante de mim parte da história narrada nos livros. Em seus vários ambientes, além de objetos e móveis bem conservados, retratos de família emoldurados nas paredes e em porta-retratos espalhados pela sala mostravam o luxo e a imponência de uma classe social. Na parte externa do museu estavam as hoje desativadas máquinas de moer cana de açúcar, antes movidas a suor e dor. Na lateral esquerda da casa, uma placa indicava que meu primeiro encontro com uma Senzala se aproximava.

Tão extensa quanto à casa grande, não existia porta e a entrada era do tamanho de uma janela pequena. Na verdade, nada mais era do que um buraco pequeno por onde era necessário se agachar para acessar o interior, que se resumia a um ambiente escuro, que emanava pânico e que hoje servia de habitação apenas para morcegos. Ferramentas de tortura. Faltou-me o ar.

O profundo mal-estar que tomou conta de mim me impediu de explorar a totalidade daquele espaço. Foi uma vivência impactante e inesquecível.

Depois de mais de 21 anos retornei à Redenção com um grupo de fotógrafos: mais uma vez lá estava eu naquele museu, dessa vez conduzida por uma guia local. Todos os cômodos estavam do jeito que eu lembrava, mas a senzala, para minha surpresa, estava totalmente modificada: a entrada agora era um portão que nos conduzia a uma entrada de luz. O ar circulava.

O uso das ferramentas de tortura agora eram ilustrados por pinturas nas paredes, onde pessoas negras eram maltratadas. Seguindo pelos vãos da senzala (dessa vez consegui seguir em frente) havia uma sala branca com desenhos de entidades de religião africana. Identifiquei Exu, Ogum, Iansã e Iemanjá.

O mal-estar até então controlado descompensou com a repentina fala “essa sala é uma homenagem dos donos aos escravos”, complementada por um “eles eram bons patrões”.

Do resultado do meu incomodo, da minha revolta e da minha indignação, surgiram imagens onde retrato as realidades de duas classes distintas que fizeram parte de uma história do Brasil até hoje passível de romantização por muitos, que por pudor tentam esconder e até mesmo apagar a imensurável crueldade humana.

Cuidado com a história que vocês contam.

Inscreva-se no Prêmio Portfólio FotoDoc 2025

Sabrina Moura

Sabrina Moura

Sou fotógrafa e artista visual. Desenvolvo processos experimentais de fotografia analógica, tais como a Cianotipia, a Fitotipia e a Antotipia, dentre outras técnicas. O meu trabalho está ligado às minhas memória afetivas e ancestralidade. Trabalhando como professora, venho me interessando em desenvolver vivências na área da arte educação utilizando a fotografia experimental como dispositivo.

Conteúdo relacionado

Relacionado Posts

Aos seres da metamorfose
Ensaio

Aos seres da metamorfose

"Exu matou um pássaro ontem, com uma pedra que só jogou hoje". Exu, ser das encruzilhadas, das trocas, do movimento,...

PorPatrick Arley
10 de agosto de 2025
Cartão Postal
Ensaio

Cartão Postal

Esta série parte de símbolos clássicos do Rio de Janeiro — como o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar e...

PorAndré Nazareth
10 de agosto de 2025
Cidade em Cinzas
Ensaio

Cidade em Cinzas

Das derrubadas das árvores que ainda restam em áreas urbanas até a queima dos troncos, o filme aborda questões ambientais...

PorNivaldo Carvalho
10 de agosto de 2025
Depois da Chuva
Ensaio

Depois da Chuva

Depois da Chuva é um ensaio que retrata, um ano após as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul,...

PorPriscila Ribeiro
10 de agosto de 2025
Devoção
Ensaio

Devoção

Independente se você acredita ou não em Deus, não podemos ignorar que existem muitas pessoas neste planeta que de uma...

PorAlexander Decoster
10 de agosto de 2025
ECO EGUM
Ensaio

ECO EGUM

"...nenhum povo que passasse por tudo isso como sua rotina de vida através de séculos sairia dela sem ficar marcado...

PorVinicius Xavier
10 de agosto de 2025
  • HOME
  • PRÊMIO
  • FESTIVAL
  • CONTEÚDO
  • LOJA
  • SOBRE
  • Português
  • Inglês
Nennum resultado
Ver todos os resultados
  • HOME
  • PRÊMIO
    • Prêmio Portfólio FotoDoc 2025
      • Finalistas
      • Selecionados
      • Diretrizes
    • Prêmio Portfólio FotoDoc 2024
    • Prêmio Portfólio FotoDoc 2023
  • FESTIVAL
    • Festival FotoDoc 2025
    • Festival FotoDoc 2024
    • Festival FotoDoc 2023
    • Festival FotoDoc 2022
  • CONTEÚDO
  • LOJA
    • Carrinho
    • Finalização de compra
  • SOBRE
    • Festival FotoDoc
    • Escola Panamericana
  • Português
  • Inglês

Vertente Fotografia © 2023