As paisagens do baixo Amazonas estão cobertas de imaginações, encantos e estórias. A percepção da vitalidade e dos ciclos da natureza, impulsionada pela atmosfera mágica da região foi o cenário de reflexão e produção da narrativa fotográfica, com elevada contemplação, que resultou na captação de mais de 1.000 imagens de forte teor pictórico e sensorial. Destas imagens foram selecionadas um série para aqui ser apresentada.
Nessa magia, embarquei com seu olhar poético, captando momentos únicos. As águas sempre em movimento mudam a paisagem a cada instante. Nesta série o trabalho flui com a narrativa de um conto, onde a estória estimula a imaginação, tendo a água como identidade. Em minhas séries passadas abordo o reflexo da água, mas nesta série Ygapó, mergulho nesses espaços de vertigem, que leva o observador a outra dimensão. Onde o Ygapó traz o contraste da água com o reflexo da paisagem, que não está submersa.
O impacto da imensidão dos rios reflete na imaginação e encantamento das águas. O transporte é feito pelos rios, onde a conexão das pessoas, cidades, ribeirinhos e suprimentos acontecem sobre as águas da Amazônia. A mesma água que liga as pessoas, também regula suas vidas, moradias e alimentação. Assim, na Amazônia do baixo Pará, além da floresta, a vida é determinada pela água e seus encantos.
Os Igapós ou Ygapós ocupam cerca de 8% do bioma amazônico. Reflexões sobre a Floresta Amazônica são de suma importância neste momento político que vivemos, e que ainda é um local desconhecido para a maioria do povo brasileiro.
Enfim, essa temática de Ygapó busca trazer a tona fatores importantes, atuais e contemporâneos de nossa história e cultura, como a emergência climática.