O que restou
Outro dia eu andava pela rua e achei uma tira de negativos com cinco imagens abandonadas. Memórias perdidas de pessoas...
Leia maisDetailsTrabalho como fotógrafo desde 2003, primeiramente com eventos e depois publicidade. Sou também professor de fotografia. Me criei dentro dos estúdios de Porto Alegre. Quando a fotografia analógica estava morrendo para esse mercado, fui ganhando filmes, tanques de revelação, químicos etc. A vida andou, eu me agarrei no laboratório e fui.
O laboratório é um lugar onde se transformam as coisas. Um gás vira líquido, um pó vira cristal, um líquido muda de cor. Uma imagem surge na tua frente. Foi o lugar de realização das imagens dos fotógrafos por décadas. Lugares fechados, escuros onde alguém entregava seu filme e recebia depois as imagens prontas.
Preto e branco revelado com café, filmes positivos processados com revelador preto e branco mais químicos RA4 e C41, negativos vencidos fotometrados conforme o ano de vencimento do filme, negativos coloridos puxados, ISO elevado na luz do dia, filme para luz de tungstênio usado no sol e o que mais der pra tentar e ver o que acontece. Invento traquitanas para tornar visíveis as fotografias. Sempre experimentei e sigo experimentando.
Vou onde tenho que ir e fotografo onde ando. Realizo minhas imagens e as de quem mais estiver. Sou nerd da fotografia, amo os processos analógicos, em parte porque me permitem surtar nas fotos, em parte pelo tempo e pela forma como eles me fazem esperar. Muitas vezes nem sei o que vou receber no final. E para mim é aí que reside a beleza, esperar sem saber o quê...
Outro dia eu andava pela rua e achei uma tira de negativos com cinco imagens abandonadas. Memórias perdidas de pessoas...
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