LúBugarin

LúBugarin

Nascida em 1951, em Salvador (BA), Lúcia Regina Dias Bugarin cresceu em um ambiente familiar modesto, cercada por histórias, tradições e pela força resiliente de mulheres que a inspiraram. Desde cedo, desenvolveu olhar atento às questões sociais que a rodeavam, especialmente às que envolvem a condição feminina e a ancestralidade. Formou-se em Arquitetura e Urbanismo, atuando por muitos anos no setor público, o que lhe possibilitou vivenciar de perto diferentes realidades urbanas e culturais do interior da Bahia.
Ao concluir o ciclo da carreira de arquiteta, Lúcia encontrou na fotografia contemporânea sua forma de expressão artística e meio de mergulhar em temáticas que sempre a inquietaram: violência contra a mulher, ancestralidade, sustentabilidade, religiosidade e memórias familiares. Seu processo criativo combina literatura, pintura e fotografia, mesclando elementos cotidianos e experiências íntimas. Em 2020, sob o impacto do isolamento social, revisitou lembranças da infância marcadas pelo medo/abandono permeados pelas constantes reflexões acerca de mulheres em situação de violência. Dessa imersão afetiva nasceu o Portifólio “Amarga Presença”, selecionado como semifinalista no Prêmio Pierre Verger de 2021 em 2023, tema de pesquisa na disciplina de Pós-Graduação em Artes Visuais na Escola de Belas Artes (EBA) e em 2024/2025 foi tema de estudo nos cursos de Foto performance e Fotografia e Arte ministrado pelo programa Igual & Diferente do MAM SP.
Ao longo de sua trajetória, Lúcia experimentou diversas vertentes espirituais — do Candomblé a rituais indígenas — e incorporou saberes ancestrais em sua pesquisa artística. As memórias familiares, a tradição de costura herdada de sua mãe e avó influenciam sua busca poética. Atualmente, segue dedicando-se à fotografia como arte contemporânea, criando imagens que transitam entre o real e o imaginário, sempre em diálogo com as camadas mais profundas da existência humana.