Vivemos cercados por superfícies, vidros, espelhos, telas, vitrines. Vemos o mundo, mas raramente o tocamos. Essa imagem nasceu do incômodo e da curiosidade sobre o que sobra da realidade quando ela passa por um filtro físico?
Quando a nitidez não é garantida? Entre Véus é uma tentativa de olhar para o que está entre o mundo e o olhar. A imagem atravessa uma camada: transparente, translúcida ou reflexiva. É uma imagem roubada da intimidade do instante, sem pedir licença, sem polir o real. Não se trata de estética. É uma investigação. Uma provocação. Uma afirmação: a verdade não é nítida. E tudo bem. No fim, Entre Véus é menos sobre o que se vê e mais sobre como se vê. É sobre aceitar que existe beleza na dúvida, poesia na imperfeição e verdade no embaçado.