Aprender técnicas de fotografia na teoria tem muita importância, mas quem busca evoluir, seja para se firmar como um entusiasta de alto nível ou para abrir um caminho bem pavimentado no profissionalismo, precisa de muita prática. Esse é um ponto de convergência entre professores formais em sala de aula e mestres que passam seu conhecimento em workshops e expedições fotográficas. Dominar a técnica também expande o universo da criatividade, conforme atestam nomes consagrados no ensino de fotografia, como o paulista Rodrigo Zugaib, o gaúcho Zé Paiva e o mineiro Cristiano Xavier. Um fotógrafo que sabe muito de teoria, mas tem pouca prática, não vai longe, concordam os três.
Rodrigo Zugaib, 44 anos, ex-professor do Senac-SP e hoje diretor da própria escola de Fotografia na cidade de São Paulo, a Fullframe, avalia que a nova geração de candidatos a fotógrafo quer resolver tudo muito rapidamente e não tem a mesma preocupação com o aprendizado da técnica de gerações anteriores – opinião compartilhada também por Zé Paiva e Cristiano Xavier. “Nós na escola falamos da teoria e mostramos na prática. Sem prática, constante e feita com determinação, o fotógrafo não evolui. Quanto mais ele dominar a técnica e saber como usá-la, mais ele poderá exercitar a criatividade”, comenta Zugaib.
Zé Paiva, 59 anos, ex-professor universitário de fotografia que comanda a própria empresa de expedições fotográficas, a Vista Imagens, em Florianópolis (SC), defende que, além de dominar a técnica, o fotógrafo também precisa praticar muito para “entender a luz” e dedicar-se também à composição, pois saber como funciona o design no enquadramento é outro ponto fundamental na hora de idealizar imagens criativas. “No fundo, tudo é uma questão de unir teoria, técnica e muita prática. A estética artística é resultado do conhecimento que o fotógrafo conseguir absorver e souber realizar”, opina. Para ele, não adianta ver um monte de tutorial no YouTube se a pessoa não praticar e se não tiver alguém experiente com quem possa contar para tirar dúvidas.
Cristiano Xavier, 46 anos, também diretor de uma empresa de expedições fotográficas que leva seu nome em Belo Horizonte (MG), conta que muitas vezes, quando publica uma imagem no Instagram, logo alguém pergunta: “Como é ou onde encontro o tutorial dessa foto?”. Segundo ele, essa busca pelo caminho mais fácil é uma característica das novas gerações, que não entendem que ser um fotógrafo de alto nível exige muito estudo e dedicação. “O pessoal acha que pode resolver tudo com um tutorial e um clique. Não tem paciência para praticar e aprender com erros e acertos. Fotografia exige um tempo de maturação do olhar. Técnica e criatividade andam juntas”, afirma.




As maiores dúvidas
Os três experientes professores também concordam ao listar as técnicas que mais chamam a atenção da maioria dos alunos e que lhes causam mais dúvidas: a longa exposição para fotos de paisagem noturna e light painting; o ajuste de baixa velocidade para obter efeitos na imagem (como o panning); o uso da luz em si, para casos como de contraluz (como em imagens de silhueta) ou de iluminação de sombras com preenchimento; e a profundidade de campo e uso prático dela (como o foco seletivo).
Todas são técnicas que demandam uma prática constante para um pleno domínio e que uma vez bem entendidas e executadas abrem caminho para a produção de imagens criativas em vários segmentos da fotografia, observa Rodrigo Zugaib. “Profundidade de campo e foco são coisas básicas, mas ainda há pessoas que têm muita dificuldade em aprender”, diz ele. Para Zugaib, só funciona se o aluno colocar em prática, ou seja, fotografar, interpretar e entender como é possível usar aquela técnica de forma criativa.
Zé Paiva comenta que, ao ensinar técnicas de longa exposição, o light painting (pintura com luz), costuma encantar os participantes de expedições e muitas vezes ele faz a tradicional foto do grupo usando essa técnica. “É uma forma divertida de mostrar na prática como é uma pintura com luz. Quem aprende passa a fazer muitas imagens depois, pois é apaixonante”, diz ele, um especialista no tema e com um trabalho premiado de retratos usando light painting.


Cristiano Xavier explica que uma das técnicas que mais desafiam seus alunos é o uso da baixa velocidade. O primeiro passo é sugerir que todos tenham um filtro ND (de densidade neutra), que serve para “escurecer” a cena e tornar possível o ajuste de baixa velocidade mesmo com sol a pino. Contudo, o que realmente chama a atenção é a técnica do panning, que consiste em acompanhar com a lente um tema em movimento para criar uma zona de foco, deixando o restante com um efeito de rastro de luz. “Fazer um bom panning exige várias tentativas, com mais erros do que acertos até para fotógrafos mais experientes. Então, isso dá um nó na cabeça de muita gente. Muitos entendem todo o processo, mas não conseguem fazer direito”, comenta.
Fotógrafo que domina recursos técnicos sempre está no controle da situação, pontua Rodrigo Zugaib, e, com o tempo e muita prática, as operações e os ajustes na câmera são feitos de forma instintiva, abrindo mais espaço para elaborar a imagem, pensar na composição e colocar a criatividade em campo.

de Mojave, nos EUA, com técnica de longa exposição e light painting . Foto: Zé Paiva
Controle com pouca luz
A técnica do light painting é um horizonte novo para quem quer fazer imagens criativas com longa exposição. Há um universo imenso a ser explorado, além das tradicionais imagens de paisagem noturna com céu estrelado, de movimento das estrelas e da Via Láctea, que viraram moda nos últimos anos (veja como fazer esse tipo de imagem nas edições 228 e 278 de Fotografe).
Nas expedições de Zé Paiva e Cristiano Xavier em meio à natureza, o ensino prático de longa exposição para paisagens noturnas e light painting é feito em conjunto. Eles só divergem em um ponto: Zé Paiva prefere usar lanterna, método mais tradicional para pintar com luz, “é uma pincelada mais artesanal”, segundo ele; Xavier opta pelo disparo do flash fora da câmera com ajuste de potência mais baixa, “uma forma mais rápida e eficiente”, argumenta.
Qualquer que seja a escolha, o processo consiste em colocar a câmera no tripé, para assegurar que não haja vibrações, em um ambiente escuro ou com muito pouca luz. Para exposições de até 30s, o ajuste pode ser feito no controle de velocidade de obturação da câmera, no modo manual; se for mais, é preciso acionar o modo B (bulb), de longa exposição, quando o espelho ficará levantado e o diafragma, aberto pelo tempo que for necessário. Para interromper a exposição sem acionar o botão disparador, que faria a câmera tremer, usa-se um controle remoto ou um cabo de disparo.


O foco no tema deve ser feito previamente. Em ambiente interno, em que as luzes serão apagadas, usa-se o autofoco normalmente e trava-se o foco. Em ambiente externo, com pouca luz, quando o autofoco pode ter dificuldade de se fixar, o ideal é iluminar o tema ou o primeiro plano com a luz de lanterna, usar o foco automático e depois passar para o foco manual (alguns fotógrafos chegam a travar a lente com fita adesiva). O sistema de estabilização em lentes com esse recurso deve ser desligado (não se usa com a câmera no tripé) e é recomendável também tapar o visor óptico em câmeras DSLR para não correr o risco de ter uma interferência de luz. Arquivar a imagem em RAW também é indispensável para a melhor captação das luzes e mais facilidade de tratamento na pós-produção.
Abertura e tempo de exposição devem ser testados no momento da foto, mas geralmente esses parâmetros ficam entre f/5.6 e f/11 com 15s, 30s ou mesmo 1 minuto. Enquanto o diafragma da lente estiver aberto, a luz da lanterna (ou do flash) será captada e iluminará o tema. Pode ser uma pedra ou uma árvore no primeiro plano para uma imagem de céu estrelado ao fundo ou o retrato de um pessoa, que deverá permanecer imóvel enquanto é envolvida pela luz. Áreas mais amplas, com vários elementos que serão “pintados com luz”, demandam mais tempo – e, para não aparecer na imagem, o fotógrafo deve se vestir todo de preto.
Especialista no assunto, Zé Paiva também produz autorretratos em light painting. Ele conta como fez uma imagem de exemplo para um grupo de alunos – que acabou escolhida para a capa desta edição (veja também na pág. 27): “Foi num final de tarde às margens da Lagoa da Conceição, em Floripa. Coloquei a câmera no tripé, regulei a velocidade para 30s com abertura f/5.6 em ISO 200. Ajustei a lente em 25 mm e saí caminhando com uma lanterna de cabeça, com luz vermelha, e outra lanterna na mão, com luz branca. Fui até o final do píer fazendo movimentos com a mão que levava a lanterna e, na volta, parei num certo ponto e iluminei meu corpo. Para aparecerem os dois braços, troquei a lanterna de mão e iluminei o outro braço. Há efeitos inesperados: os reflexos vermelhos na água da lagoa e o nível dos rabiscos com lanterna branca coincidem com o horizonte iluminado da Avenida das Rendeiras ao fundo. Depois, fiz um corte vertical na imagem originalmente horizontal para valorizar a cena”.

Controle do movimento
O panning é uma técnica muita usada em fotografia de esportes, pois acentua o movimento, a ação, mas assegurando uma área de foco na imagem. Assim como o light painting, requer muita prática para descobrir a melhor forma de captar o assunto em movimento para criar o atraente efeito de um rastro borrado, que pode ser tanto no primeiro plano quanto no fundo.
Cristiano Xavier ressalta que é muito difícil fazer um bom panning de primeira e que também não é qualquer tema em movimento. O ideal é planejar e reconhecer a oportunidade certa para usar a técnica. Cenas com pessoas correndo ou em carros, motos, bicicletas e cavalos são as mais óbvias para usar a baixa velocidade com a técnica do panning. Animais em ação, que se movem rápido, também podem gerar imagens criativas, instigantes.
O segredo está em mover a câmera no mesmo eixo do assunto no momento do disparo, em uma ação parecida com a de fazer uma foto panorâmica, sincronizada com o movimento do assunto, acompanhando-o. Se bem-feito, o assunto será registrado de forma nítida, congelado, com o plano de fundo (ou mesmo detalhes no primeiro plano) ficando borrado no sentido do movimento da câmera.
O panning mais comum é no sentido horizontal, mas também funciona na vertical e na diagonal, porém, o movimento da câmera é difícil de ser feito. A técnica é mais usada com meia-tele ou teleobjetiva, mas também é possível de ser feita com grande angular – nesse caso, o ideal é destacar o ambiente em que a ação está se desenvolvendo, explorando cores e formas.

Fotógrafos de esportes, que usam bastante a técnica, recomendam começar os testes com velocidade em torno de 1/60s e ir se adaptando à situação. Com o tempo e a prática, é possível usar velocidades mais baixas, como 1/15s, 1/25s ou 1/30s, com lente grande angular e de 1/30s a 1/60s com meia-tele ou tele. A técnica pode ser levada ao extremo, com velocidades ainda mais baixas, mas aí o desafio é bem maior e o índice de erros também. Contudo, uma imagem bem-feita compensa o esforço.
O primeiro passo é identificar o tipo de movimento feito pelo assunto e depois escolher a melhor posição relativa a essa ação. É bom ficar de olho também em elementos no plano de fundo ou primeiro plano que possam ajudar ou atrapalhar a composição. No caso do panning horizontal, é conveniente fotografar lateralmente e ter espaço para girar a câmera no sentido do movimento.
A câmera deve ser configurada em modo manual ou em prioridade de velocidade, o fator determinante. O modo de foco ideal é automático contínuo, assim como o modo de disparo contínuo – em caso de uso de flash, o ajuste deve ser para disparo na segunda cortina. O estabilizador de imagem deve ser desligado, pois ele atua justamente para evitar tremores quando a câmera se mexe – conjuntos de câmeras e lentes mais modernos oferecem ajuste específico no estabilizador para panning e não atrapalham o efeito; nesse caso, o ideal é consultar o manual e usar o recurso.
A câmera deve ser segurada com firmeza, estabilizada com ombros firmes ou cotovelos colados ao tronco. A base do fotógrafo deve estar bem segura e ele deve prender a respiração no momento do disparo, apertando o botão com leveza. Qualquer movimento estranho nessa hora pode desalinhar a câmera e resultar em uma foto perdida.
O ideal é começar a seguir o assunto pelo visor da câmera e só disparar no momento em que ele entrar em quadro na zona escolhida para a foto. Variar as velocidades do obturador também é recomendável para avaliar os resultados que mais agradam. Para especialistas no tema, quanto mais rápido o assunto estiver, mais fácil será para acertar o panning, pois é possível usar uma velocidade de obturador não tão lenta e, ainda assim, a imagem ficar com um borrado atraente.
Domínio da contraluz
Explorar a contraluz é uma das técnicas que mais permitem exercitar a criatividade e produzir imagens de impacto, pois uma das primeiras lições que todo mundo aprende quando começa a fotografar é focar de costas para o Sol. Ao subverter essa máxima, tendo a câmera de frente para a fonte de luz, o desafio é maior, mas a recompensa também – e isso vale para qualquer segmento da fotografia.
A imagem mais clássica e admirada de contraluz é a silhueta, com suas formas escuras que marcam os contornos do tema. Não há quem não seja atraído por uma imagem com o forte amarelo do Sol ao fundo e uma silhueta bem demarcada, que não deixa dúvidas do que se trata. Mas não é só desse tipo de imagem que vive a contraluz: o recurso técnico pode ser usado em diversas situações, tanto com luz artificial controlada em estúdio quanto com iluminação natural, “filtrada” e direcionada por uma janela. Para usar com criatividade essa técnica é fundamental saber como fazer a exposição correta, já que diante de uma cena de alto contraste entre luz e sombra, a câmera não consegue acertar a fotometria para as duas situações.
A dica dos especialistas é sempre evitar fazer a medição nas áreas de sombra. O mais recomendado é realizar a fotometria nas áreas médias e claras, ou seja, na luz da cena ao fundo, ajustando a medição para mais ou para menos até definir corretamente os contornos do assunto principal. Não há problema em ajustar a câmera entre os três modos de fotometria: matricial, ponderado central ou parcial. O que deve ser evitado é o modo pontual, por ser o mais complexo.
Para realizar fotos de silhuetas, em que o contorno do tema é que determina o grau de atratividade da imagem, o segredo também está em medir iluminação no fundo e não usar nenhuma luz no primeiro plano. Assim, o elemento à frente ficará totalmente à sombra, ou seja, entre a câmera e o fundo, saindo bem subexposto (preto), o que possibilita o desenho das formas corretamente.
Vale lembrar que a escolha do tema para marcar a silhueta é fundamental: ele precisa ter um contorno bem reconhecível, para que o observador saiba de imediato do que se trata. Silhuetas de muitos elementos, como várias pessoas em atividade em uma praia, não é a melhor escolha. O ideal é buscar uma composição mais limpa, criativa, que atraia de imediato o olhar do observador. Imagens mais fechadas, feitas com teleobjetivas, também devem ser exploradas, pois podem dar um caráter mais artístico à silhueta em contraluz.
E, caso o resultado não tenha ficado como o esperado, é possível recorrer à pós-produção para torná-lo melhor. Muitos fotógrafos de renome usam programas de edição para ajustar trabalhos feitos em contraluz. O importante, nesse caso, é sempre ter um arquivo RAW da imagem para tratar com mais precisão as altas e baixas luzes – uma sombra que não ficou escura como o desejado, por exemplo, pede um ajuste simples de aumento do contraste para enfatizar os contornos da imagem.
Retratos na contraluz, quando a ideia é deixar bem nítido o rosto da pessoa, requerem que inevitáveis sombras sejam preenchidas com luz, que pode ser a de flash compacto ou direcionada por um rebatedor (uma simples placa de isopor pode resolver o problema). Cristiano Xavier, por exemplo, gosta de usar um pequeno octobox com luz contínua para essas situações, conseguindo um preenchimento de luz mais uniforme e dando à imagem uma estética mais artística e profissional.

Controle do foco
Saber usar criativamente a profundidade de campo e o foco fixado em um ponto de uma camada de planos (primeiro, intermediário, fundo…) é uma ferramenta poderosa para produzir imagens surpreendentes, que fogem do lugar-comum. Por isso, contar com lentes mais luminosas, com aberturas mais amplas (como f/1.8. f.2, 2.8 e f/4), faz uma grande diferença, pois a abertura do diafragma é o principal parâmetro que influencia a profundidade de campo. Outro fator que atua para essa percepção de mais ou menos nitidez em diferentes planos é a distância da câmera para o assunto, ou seja, quanto mais próximo do primeiro plano, mais possibilidade de desfocar o plano de fundo, o que significa diminuir a profundidade de campo.
Enquadrar a cena e trabalhar a profundidade de campo é uma técnica usada em quase todas as especialidades de fotografia: um fotógrafo de paisagem busca aumentar a sensação de nitidez para destacar um cenário e por isso geralmente ajusta aberturas mais estreitas (como f/11 ou f/16) com lente grande angular; já um fotógrafo de esportes ou de vida selvagem pretende destacar seu tema em relação ao ambiente desfocando o fundo e geralmente opta por uma menor profundidade, selecionando aberturas mais amplas (como f/2.8 ou f/4) em lente teleobjetiva.
Mas essas receitas não devem ser rígidas para quem tem o objetivo de se diferenciar: o fotógrafo de paisagem, que quer tudo muito nítido, pode desfocar algo no primeiro plano (pedra, arbusto, morro…) para produzir uma imagem mais ousada; e o fotógrafo de esportes, que busca o desfoque de planos, pode optar por apontar a teleobjetiva para o rosto de um jogador buscando a máxima nitidez também no fundo, com a torcida.

O que sempre chama a atenção do observador é a alternância de nitidez nos planos (primeiro, intermediário e de fundo) em uma cena. O foco determina o ponto de interesse e atrai o olhar. Para essa finalidade, é mais adequado conseguir um forte desfoque nos planos com uma meia-tele ou uma tele – mas isso não quer dizer que seja impossível com uma grande angular. Usar essa camada de planos para definir em que ponto estará o foco, com base em uma composição bem estudada, é um ato criativo que certamente valorizará a cena enquadrada. Isso também é foco seletivo, pois é o fotógrafo que determina onde estará a área de nitidez em meio a um quadro com outras zonas desfocadas, e não só as imagens feitas com lentes especiais (como a tilt-shift de correção de perspectiva usada em arquitetura ou a lente basculante LensBaby), que criam um efeito de miniatura.
Aliás, hoje em dia nem é preciso ter uma lente especial para gerar imagens com esse tipo de foco seletivo, mais dramático, em que apenas uma pequena área do quadro fica nítida e todo o entorno apresenta um forte desfoque. Mesmo o renomado fotógrafo Claudio Edinger, especialista no tema que começou a fazer essas imagens com filme e câmeras de grande formato dotadas de báscula, prefere atualmente realizar a captura digital normal e se valer de um software especializado (Focal Point 2) para conseguir o efeito de foco seletivo.

Segundo Edinger, as diferenças entre as imagens feitas com objetivas e por software são cada vez menores. O especialista explica que, no começo, o foco seletivo produzido pela câmera de grande formato tinha maior riqueza de tons e de tridimensionalidade, enquanto a imagem digital tendia a se achatar e perder a qualidade dos tons. Hoje essa diferença diminuiu muito.
O recurso é disponível inclusive em smartphones, caso do programa Snapseed, que oferece essa ferramenta e produz resultados bastante satisfatórios. Mas não é toda imagem que funciona bem com o foco seletivo que gera o efeito de miniatura. O ideal é sempre testar o efeito em uma cópia da imagem original e experimentar algumas opções de zona de foco para que a composição da imagem fique atraente e a nitidez do ponto escolhido faça sentido.