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Jonne Roriz: Viagem ao fim do mundo

O fotógrafo Jonne Roriz foi cobrir a reinauguração da Estação Comandante Ferraz, na Antártica, e descreve os desafios de um trabalho em meio à natureza selvagem e a variações climáticas extremas

Érico EliasPorÉrico Elias
6 de maio de 2023
em Matérias
Jonne Roriz: Viagem ao fim do mundo

Militar brasileiro na Antártica: todas as saídas a campo de Roriz e Jennifer foram realizadas junto com guias experientes. Foto Jonne Roriz/VEJA

Antártica, o continente gelado, lugar mais inóspito da Terra, estava há tempos no radar de Jonne Roriz, fotojornalista freelancer baseado em São Paulo (SP). O desejo ganhou corpo a partir de meados de 2019, quando ele e sua mulher, a jornalista Jennifer Ann Thomas, passaram a pesquisar formas de fazer essa viagem.

O gancho jornalístico para realizar a viagem surgiu com a programação para a reinauguração da estação Comandante Ferraz, base brasileira na Antártica construída em 1984, que foi dizimada por um incêndio em 2012 e só seria reaberta quase oito anos depois, no início de 2020. Para registrar o acontecimento, a Marinha organizou uma expedição para jornalistas, na qual o casal esteve presente.

Os dois atuam em parceria desde 2013, publicando reportagens na revista Veja. Em março de 2019, criaram o canal @junntos no Instagram, no qual publicam histórias feitas em parceria. “Somos um casal que sai em busca de contar histórias por meio de imagens que tenham um apelo visual. Fomos para a Antártica com a intenção de mostrar um pouco da parte científica, a importância das pesquisas desenvolvidas por lá”, conta Roriz.

O ponto de partida da expedição foi Punta Arenas, no extremo sul do Chile. Para chegar até lá e retornar de lá para o Brasil, as despesas de viagem foram cobertas pela revista Veja. A Marinha forneceu roupas apropriadas a todos os participantes, que tiveram de se preocupar apenas com detalhes. No caso de Roriz, ele levou luvas compatíveis com telas sensíveis ao toque para poder manusear o equipamento sem precisar retirá-las e óculos de sol com lente polarizada para proteção da retina em situações de muita luz. Como equipamento, duas Canon EOS 1 DX Mark II acompanhadas das objetivas 24-70 mm f/2.8, 70-200 mm f/2.8, 24 mm f/1.4, 35 mm f/1.4, 50 mm f/1.2, 85 mm f/1.2 e 400 mm f/2.8, um teleconversor de 1,4x, um drone DJI Phantom e uma caixa estanque pequena.

No alto, a estação Comandante Ferraz, reinaugurada em 2020 após ser dizimada por incêndio em 2012. Foto Jonne Roriz/VEJA
Montanhas geladas dão uma ideia da imensidão do continente antártico. Foto Jonne Roriz/VEJA

Pior mar do planeta

Em Punta Arenas, a expedição embarcou no navio polar Almirante Maximiano, embarcação apelidada de Tio Max. Dali navegaram por dois dias até Puerto Williams, nas ilhas da Terra do Fogo, no extremo sul da América do Sul. A travessia da Passagem de Drake, trecho de mar aberto com 650 km de extensão, que separa a Terra do Fogo da Antártica, não é nada simples. Ali se encontram as águas de três oceanos: Pacífico, Atlântico e Antártico. As correntes marítimas circulam o globo terrestre sem barreiras, criando ondas de até 15 metros de altura. A Passagem de Drake é conhecida como o pior mar do mundo e tem uma extensa história de naufrágios.

“Esperamos 40 horas abrigados nas montanhas em Puerto Williams para que surgissem condições mais adequadas. Fizemos esse percurso com ondas de cinco metros, uma situação de dificuldade horrível. Mesmo os integrantes da tripulação, acostumados a navegar, passaram mal. Três pessoas acabaram tendo de tomar soro na veia por conta da desidratação causada por náuseas e vômitos. As cabines do navio eram divididas em alas para homens e alas para mulheres. Havia tomadas para recarregar bateria e tínhamos uma alimentação militar”, conta Roriz.

A estação brasileira está situada em uma baía na Ilha do Rei George, paralelo 62o Sul, cerca de 130 km ao norte da Península Antártica. Ali, as águas são muito mais calmas que na Passagem de Drake. Ainda assim, após a chegada do Tio Max, foi necessário esperar mais um dia para o desembarque, por conta das condições meteorológicas. O desembarque do navio é feito em botes e demanda uma logística adequada.

Embora a estação brasileira estivesse sendo reinaugurada, ainda não apresentava condições para abrigar os integrantes da expedição, que ficaram hospedados em uma estrutura de contêineres erguida nas proximidades. Além dos dormitórios coletivos, divididos entre homens e mulheres, havia uma estrutura de escritórios, onde era possível trabalhar. Uma operadora de telefonia mantém uma antena de celular que atende à estação brasileira, a partir da qual era disponibilizada conexão à internet. Jonne e Jennifer não precisaram enviar material durante a viagem, por isso não estavam tão dependentes de conexão.

Os dois registraram as instalações da nova estação, porém o foco da pauta que traçaram estava na busca de retratar um pouco de como são realizadas as pesquisas científicas na região e qual sua importância. O Brasil é um dos 29 países que têm o direito de presença em solo antártico, desde que respeitada a exigência de se manter pesquisas científicas na região, que consta do Tratado da Antártica, documento assinado em 1959. O continente não pertence a nenhum país, por isso não é necessário nenhum tipo de visto e não existem controles de entrada e saída.

Navio polar Almirante Maximiano nas proximidades da estação brasileira na Antártica. Foto Jonne Roriz/VEJA
Cabine de comando do navio Almirante Maximiano, apelidado de Tio Max. Foto Jonne Roriz/VEJA

Situação extrema

“A Antártica é simplesmente um dos lugares mais loucos, selvagens e inóspitos que já conheci. Ao mesmo tempo, é extremamente perigoso. O perigo está à sua frente o tempo todo, mas você não consegue ver porque tudo gira em torno da natureza. Se você estiver perto de uma geleira, tem de ficar esperto, porque um deslizamento pode causar uma onda e virar seu bote. São nuances da natureza com as quais a gente não está acostumado, sobretudo para nós, que não temos intimidade com o gelo”, explica Jonne Roriz.

A base brasileira fica na Península Keller e toda pesquisa desenvolvida por cientistas brasileiros está restrita a essa região. O ponto mais distante a que se pode chegar está a 4 km da base. A área é extremamente controlada, para garantir segurança aos pesquisadores. Existe uma tabela que indica a máxima distância que se pode percorrer a partir da base segundo a velocidade dos ventos, um dos aspectos mais traiçoeiros do clima antártico, já que os ventos podem trazer chuva, neve e neblina, fechando o tempo de uma hora para outra.

A rotina de Jonne e Jennifer consistia em programar a saída a campo no dia anterior, junto a um pesquisador que iria fazer o trabalho de coleta de material. A análise das condições meteorológicas era realizada por meio de radares militares. Todas as saídas a partir da base brasileira são obrigatoriamente guiadas por um militar treinado em mergulho e montanhismo. Para realizar essas saídas, foi fornecido aos participantes um macacão conhecido como Mustang. Trata-se de uma roupa térmica flutuante que ajuda a evitar hipotermia em caso de queda na água.

“Fizemos saídas em botes, que nos levavam a uma pequena base na parte mais inóspita da região da estação brasileira. Nessa base havia uma estrutura mínima para ficar em caso de mudança repentina das condições climáticas que impedisse retorno. O uso do macacão Mustang era obrigatório, pois em caso de queda na água você tem no máximo 90 segundos para sair, senão você morre de hipotermia. O macacão dá um minuto a mais de tolerância”, relata Roriz.

Acima e abaixo, cientistas brasileiros em atividade de pesquisa na Antártica, foco da pauta definida por Jonne Roriz e Jennifer Ann Thomas Foto Jonne Roriz/VEJA
Foto: Jonne Roriz/VEJA

Viagem de volta

O retorno foi realizado por avião. Os jornalistas e demais participantes da comitiva de autoridades e políticos que estiveram presentes para a inauguração da estação no dia 15 de janeiro de 2020 zarparam na madrugada do dia seguinte no navio Tio Max até a base chilena Presidente Eduardo Frei, que conta com uma pista para pousos e decolagens. A viagem foi sob neve a -16 0C e levou três horas e meia. Na base, um avião militar Hercules, que saiu de Punta Arenas para buscá-los, não pôde pousar pela manhã por falta de visibilidade. Retornou à tarde e conseguiu descer na segunda tentativa, mas levou apenas a comitiva de autoridades e políticos. Os jornalistas tiveram de retornar à base brasileira para voltar no dia seguinte, quando finalmente conseguiram embarcar no avião que seguiu para Punta Arenas.

A viagem marcou profundamente Jonne Roriz e Jennifer Ann Thomas, que planejam voltar ao continente gelado. O fotógrafo explica que foi possível ver as marcas do aquecimento global de forma bastante evidente e crua. As montanhas estavam em grande parte sem cobertura de gelo, o que é bastante raro, mesmo no verão. Era comum ouvir estrondos de geleiras se movendo, blocos gigantes de gelo que se soltavam e deslizavam para o mar, produzindo um barulho similar ao de um trovão. “Na Antártica, você consegue ter uma noção de quanto somos pequenos e, ao mesmo tempo, do quanto estamos destruindo o planeta. É naquele continente, totalmente inexplorado e ao mesmo tempo atingido, que você consegue ver isso de uma forma bruta. Acho que se todo mundo pudesse ir para lá seria uma bela solução para a preservação do mundo, pois as pessoas teriam consciência de como é o planeta realmente e em que medida a ação do homem causa destruição por onde passa”, avalia Roriz.

Foto de pinguins feita com drone: objeto voador não assustou os bichos. Foto Jonne Roriz/VEJA
Cruzeiro nas imediações da estação brasileira, na Península Keller. Foto Jonne Roriz/VEJA

Limitações do equipamento

Casal Jonne e Jennifer, que mantém o canal @junntos no Instagram

Além do desgaste físico, Jonne Roriz teve que lidar com as limitações do equipamento diante do clima frio. A viagem foi realizada durante o verão na Antártica, mas, ainda assim, as baterias da câmera e do celular acabavam muito mais rápido do que o normal e as baterias do drone foram afetadas a ponto de inviabilizar o uso do aparelho. “Em uma das primeiras saídas, caminhamos durante uma hora e meia até o pico de uma montanha. Fiquei muito tempo exposto ao frio antes da caminhada. Quando chegamos lá, a temperatura caiu absurdamente. Gravei um vídeo e deixei para fazer as imagens aéreas por último. Quando encaixei a bateria no drone, indicou que ela estava congelada. Tentei todas as baterias e nenhuma funcionou. Depois disso, passei a usar o drone só em lugares onde podia mantê-lo aquecido, bem próximo da base”, explica Roriz.

Ainda assim, ele conta que teve de enfrentar outros contratempos com o drone. Após algum tempo no ar, o equipamento alertava para as condições climáticas ruins, começava a apresentar falhas na orientação e rotação incorreta das hélices. Além disso, estava sujeito às terríveis rajadas de vento frio. Para ele, o drone é um equipamento indispensável, já que, graças a ele, é possível ampliar os limites da visão fotográfica e cinematográfica. E não se trata de um recurso apenas para tomadas do alto. Para fotografar pinguins de perto, por exemplo, ele usou o drone, pois a aproximação de humanos espanta essas aves, o que não ocorreu com o drone.

Leão-marinho fêmea na estação de apoio Ipanema, próximo da base Comandante Ferraz. Foto Jonne Roriz/VEJA

Matéria publicada originalmente em Fotografe Melhor 282

Tags: AntárticadocumentalÉrico EliasfotojornalismoJennifer Ann ThomasJonne RoriznaturezaVejavida selvagem
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