Fotógrafa e videomaker mexicana de Guadalajara, Adriana Muñoz descobriu sua paixão pela imagem aos 15 anos, presenteada com sua primeira câmera pelo pai. Hoje, com uma carreira consolidada, divide-se entre a coordenação de uma equipe para trabalhos comerciais e a dedicação a projetos autorais, nos quais explora narrativas documentais profundas e pessoais durante suas viagens.
A imagem “Corpo Humano“, finalista na categoria Imagem Destacada do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025, é um testemunho comovente de resiliência. Realizada em 2021, a fotografia documenta o corpo exausto de sua prima após uma dura batalha vitoriosa contra o câncer de mama. Mais do que um registro, a imagem é um ato de coragem e um manifesto visual: com o corpo marcado pela luta, mas o rosto transbordando um gesto de vitória, a personagem transforma-se em um símbolo potente de uma guerreira em sua batalha pela vida. O trabalho se encaixa perfeitamente na produção de Adriana, que busca dar voz, através de sua lente documental, a histórias e temas que muitas vezes permanecem não ouvidos.
Descubra mais sobre a trajetória e as motivações por trás deste poderoso trabalho na entrevista que segue.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 35 anos. Vivo no México, em Guadalajara, Jalisco. Trabalho como fotógrafa e videomaker.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Meu pai me deu uma câmera quando eu tinha 15 anos, depois disso me apaixonei pela fotografia. Atualmente trabalho feliz em tempo integral com isso, tenho uma equipe que trabalha para mim em eventos sociais e publicidade, mas também gosto de fazer meus projetos pessoais para concursos ou simplesmente viajar.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
Fiz esta foto em 2021, para minha prima. Ela passou por incontáveis tratamentos de quimioterapia, medicamentos, procedimentos médicos e consultas. Ela perdeu seu cabelo, estava acima do peso, e sua pele começou a ficar flácida. Por fim, perdeu uma mama. Mas depois de meses lutando, ela venceu o câncer de mama.
Seu corpo jaz cansado em uma poltrona em sua casa, coberto apenas por um lençol sobre seu corpo nu e exausto. Mas em seu rosto, podemos ver um gesto de vitória. Porque ela não apenas venceu o câncer, mas também a morte. Ela se tornou uma guerreira pela vida. Então, ela me pediu esta foto para mostrar ao mundo que é possível.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Acabei de finalizar um projeto sobre alebrijes e cultura mexicana. Desejo ter uma galeria com os muitos projetos que tenho e vender meu trabalho pelo mundo, porque quase tudo é documental sobre temas que normalmente não são ouvidos.