Artista multimídia com raízes no circo e na dança, Alma Cigana, nome artístico do fotógrafo gaúcho de 25 anos, encontra na fotografia a sua principal ferramenta de expressão e intercâmbio cultural. Sua trajetória, iniciada nos palcos, transborda para as imagens uma sensibilidade única para a performance, o movimento e a narrativa visual, levando-o a viajar por todo o território nacional.
Seu portfólio “Presságio – A Fauna e a Flora são Sagradas“, finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025, é um projeto de fotografia cenográfica e performática de forte impacto. Nele, Alma Cigana cria entidades e seres encantados adaptados à crise climática atual, como uma tartaruga em um ninho de plástico ou um urubu sobre territórios queimados. Mais do que um alerta, o trabalho é um presságio – um chamado urgente para a reflexão sobre nossas ações diárias e um clamor por mudança, fundindo a riqueza do folclore afro-brasileiro e indígena com uma potente crítica ambiental.
Conheça mais sobre a mente criativa por trás dessas performances visuais e seus planos futuros na entrevista que segue.




Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
25 anos de idade, natural do Rio Grande do Sul, residindo em Itu – SP, atualmente trabalho atendendo com direção de fotografia, arte e cinema, viajando por todo território Brasileiro.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Conheci a fotografia através da dança e do circo. Neto de palhaço, a arte está inserida em minha vida desde a infância. Bailarino, contorcionista, palhaço e ator, aos 15 anos de idade, especialmente, foi quando comecei a me aventurar na fotografia, cobrindo espetáculos teatrais e movimentos culturais na cidade de Porto Alegre – RS. Percebendo como a câmera me auxiliava a expressar minhas emoções através dos retratos e as possibilidades de me levar para conhecer o mundo, tornando realidade o sonho de exercer intercâmbios culturais.
A fotografia com o passar dos anos teve o papel de me fazer sair da zona de conforto, me conectar com a mais pura sensibilidade e me mostrar caminhos de desenvolvimento e amadurecimento pessoal.




Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
O projeto finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025, é um projeto fotográfico titulado “Presságio – A Fauna e a Flora são Sagradas“. Uma sequência de performances visuais, onde apresento entidades e seres encantados adaptados ao atual cenário do meio ambiente e crise climática. A Tartaruga em seu ninho de plásticos, o Urubu acima de rejeitos em territórios queimados, a Jupira em frente a cachoeira, a Kaykoli, que é a manifestação da Natureza em Fúria, os povos originários e quilombolas, adaptados a simbiose entre o orgânico e o reciclado. Presságio é um agouro, um sinal, um pressentimento, um chamado.. Propondo a reflexão das nossa ações diárias e o clamor da mudança.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Atualmente estou produzindo minha vivência fotográfica e de cenografia criativa “Simbiose”, o workshop de direção de fotografia “sensibilidade como ferramenta criativa” e realizando a direção de projetos documentais e cinematográficos.
Meus planos seguem alinhados com a proposta do projeto finalista: adquirir mais recursos para expandir a pesquisa dos personagens, apresentar novas entidades e seres encantados – construindo um livro de contação de histórias do folclore afro e originário do território Brasileiro, através da fotografia criativa, cenografia sustentável e artes plásticas.



