O colorido das ruas atrai o olhar de Camille Garzon, fotógrafa brasileira-americana que vive atualmente nos Estados Unidos, entre as cidades de Nova York e Jacksonville.
Foi assim que ela registrou a imagem intitulada Cores da Jamaica, uma das finalistas da categoria Imagem Destacada no Prêmio Portfólio FotoDoc 2023. A imagem foi feita durante uma viagem a Montego Bay, na Jamaica, traz as cores vibrantes do país e a sombra de um transeunte, que na sua interpretação representa a sombra do passado colonial inglês, que até hoje se faz presente.
Atuando comercialmente como fotógrafa, Camille Garzon desenvolve um projeto autoral sobre imigrantes da América do Sul e da América Central que trabalham em Nova York e na Flórida, evidenciando a diferença entre os dois lugares. Entenda um pouco mais sobre esse projeto e a atuação da fotógrafa.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 41 anos, vivo entre a cidade de Nova Iorque e Jacksonville, Florida. Trabalho com fotografia comercial.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Sou brasileira-americana, nascida e criada em Niterói, RJ.
A fotografia sempre foi muito presente na minha vida. Aos 12 anos ganhei a minha primeira câmera de filme e fotografava aniversários no meu prédio, amigos nas escola e depois levava o álbum e negativos pra vender.
Estudei Jornalismo e na época da faculdade fiz o primeiro curso de fotografia, na Sociedade Fluminense, em Niterói.
Morei entre Boston, EUA e Rio de Janeiro por 8 anos, onde estudei em diversos lugares e me profissionalizei na área com fotografia comercial e documental.
Há cinco anos morando e trabalhando em Nova Iorque, recentemente me vi em mais uma mudança e estou agora entre entre as ruas de NYC e Jacksonville, na Florida.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2023. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
Viajei no início desse ano (Janeiro 2023) com a minha esposa, Dani, para Montego Bay, na Jamaica. Tem alguns lugares no mundo que sou louca pra ir e conhecer a história real e fotografar. A Jamaica sempre foi uma delas. Conversando com os Jamaicanos entendi mais sobre a história, a vida difícil às sobras do colonizador, os ingleses. Eles vivem uma falsa liberdade até hoje. E também a alegria e as belezas naturais desse país!
Com a “street photography” e a minha paixão por cores, estou sempre atenta ao redor, nos encontros culturais, na vitrine da diversidade que são as ruas, estudando sempre as pautas sociais e aulas da história que começam no mapa: origem e destino, que se faz vigilante do tempo no qual vivemos.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Atualmente tenho um projeto sobre os imigrantes de diversas áreas da America Central e Sul trabalhando nas ruas de NYC, a atual crise imigratória na cidade que é vista como um “santuário”, sempre de portas abertas para todos, versus o estado da Florida que fecha cada vez mais as portas e dificulta trabalho e a vida para os imigrantes ilegais.