A fotografia exerce um amplo papel na vida de Jean Arbaiter, atuando como hobby, profissão e terapia. É também uma ferramenta de autoconhecimento, como expresso na obra “Autorretalho”, finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2024 na categoria Imagem Destacada. A imagem é o resultado da colagem de fragmentos de seu rosto, realizada depois de uma noite de insônia.
Jean Arbaiter se iniciou profissionalmente na fotografia quando trabalhava como designer gráfico em uma agência de marketing, respondendo à demanda de um cliente. A partir dessa experiência, iniciou uma jornada de aprendizado e aperfeiçoamento, que o levou a viver profissionalmente da fotografia. Ele já realizou trabalhos comerciais para diversos clientes e paralelamente desenvolve projetos autorais, com mentoria da fotógrafa Tânia Buchmann.
Na entrevista abaixo, o fotógrafo conta um pouco de sua trajetória, confira.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 31 anos, moro em Curitiba / PR e atualmente trabalho na área de fotografia publicitária, ensaios autorais, produções audiovisuais e design gráfico.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
A paixão pela fotografia vem desde a adolescência. Quando tive a oportunidade de ter uma câmera no bolso, carregava junto sempre que podia. Hoje a fotografia é minha principal forma de expressão. A função mais importante que ela tem na minha vida, é suprir uma necessidade criativa. Costumo dizer que ela é meu hobby, minha profissão e minha terapia.
Comecei a trabalhar com fotografia quando era designer gráfico em uma agência de marketing. Os clientes precisavam de fotos, tinha uma câmera disponível no trabalho, então tomei a decisão de atender essa necessidade. A partir daí, iniciei uma caminhada de muito estudo e aprendizado até finalmente começar a viver de fotografia. Tive a oportunidade de realizar trabalhos para vários clientes, entre eles a maior rede de franquias de loja de cerveja artesanal do Brasil, Mestre-Cervejeiro.com, para a revista Topview, para RPC TV, afiliada à TV Globo, entre outros. Passei um período no Reino Unido fazendo produções de fotos e vídeos.
Com trabalhos autorais, recebi prêmios e participei de festivais, entre eles o concurso PHOTO+ARTS 21 na categoria Manipulação Digital, semifinalista no Brasília Photo Show e em 2021, 2022 e 2023 participei da exposição do festival Paraty em Foco.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2024. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
– Autorretalho
“A mistura de vários de um só.
Unir o que resta do resultado da própria culpa, para parecer no mínimo aparente.
O motivo sou o mesmo de sempre. Sou o mesmo de sempre.
O mesmo que desmonta junta os pedaços, a mentira diária.
Desisti de lutar contra mim e eu tô vencendo todo dia, infelizmente.
Um espelho em cacos é o reflexo do dia seguinte.”
Em uma de muitas noites de insônia, comecei a escrever. A noite virou, já estava claro, levantei da cama e comecei a fotografar. Precisava ser naquele momento. Assim acabam surgindo pedaços de quem sou eu de verdade.
Na vida real, tenho dificuldade de falar de mim. De ser eu mesmo. Na fotografia, às vezes de maneira um pouco lúdica, acabo dando as caras. O processo de autorretrato também é uma forma de autoconhecimento.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
O estudo no campo artístico da fotografia está presente em minha rotina. Faço mentoria com a fotógrafa Tânia Buchmann e busco cada vez mais explorar meu trabalho autoral. Meu foco é em breve fazer a minha primeira exposição. Um dos meus objetivos é trabalhar em conjunto com artistas de outras áreas criativas, como pintores, ilustradores, músicos e etc.