Vivendo em Belém, Luiz Barreto começou usou a fotografia como remédio no combate à depressão, a partir de 2014. Hoje essa forma expressiva é também uma fonte de renda. Atuando inicialmente na fotografia urbana, sua carreira vem sendo reorientada para retratos experimentais em estúdio, nos quais elabora cenas com uso de elementos naturais, expressando a diversidade e cultura do estado do Pará.
A foto Andrógino, de Luiz Barreto, é uma das finalistas do Prêmio Portfólio FotoDoc 2023 na categoria Imagem Destacada. Misturando pós rosa e azul em um cenário de alegria explosiva, o retrato se propõe a desafiar os estereótipos e mostrar que os gêneros se misturam nos seres humanos.
Saiba mais sobre a produção desse criativo fotógrafo.
Quantos anos tem?
57
Onde vive e trabalha atualmente?
Belém – Pará
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que?
Comecei a fotografar em 2014 inicialmente como hobby e o motivo foi procurar uma forma de expressão devido ao problema de depressão que sofro desde 2006.
Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Hoje a fotografia é terapia e também fonte de renda. Fotografar pra mim é passar para um universo paralelo onde encontro paz e um poderoso canal por onde flui a minha criatividade.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2023. Quando e onde foi realizado?
Essa foto foi feita no dia 01 de junho de 2023 na casa de um amigo artista de teatro por ocasião de um ensaio fotográfico experimental que faz parte do meu trabalho autoral.
Qual a proposta?
A proposta inicial era fazer um ensaio experimental em que usássemos pó colorido e bolhas de sabão e que fosse uma foto o mais despojada possível.
A ideia da foto em si foi usar os pós coloridos rosa e azul que são símbolos tradicionais de gêneros, procurando expressar que, tanto no ambiente externo, como no ser humano esses estereótipos se mesclam. Procuramos compor a cena com as cores azul e rosa no pó esvoaçante, na camisa e nas características físicas andróginas do modelo.
De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
A realização dessa foto e em especial esse tipo de ensaio autoral experimental são a base da minha expressão fotográfica. É através desses ensaios que estou entrando em nova vertente do meu trabalho que antes era voltado para fotografia urbana.
Em quais projetos trabalha atualmente?
Atualmente estou em fase de elaboração de um novo ensaio experimental em estúdio com o propósito de utilizar materiais da região amazônica tais como: Jenipapo, Açaí, Urucum, pó de chocolate, sementes e ervas maceradas com modelos que expressem as características caboclas dos povos da floresta paraense.
Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Para 2024 pretendo abrir meu estúdio próprio em Belém e manter o trabalho comercial juntamente com o autoral, buscando novos caminhos de produção visando sempre a expressão da diversidade e cultura do estado do Pará.