Formado em medicina e trabalhando como cardiologista, Luiz Peixoto também se dedica a registrar a luta pela vida de pacientes de doenças terminais. Ele vem desenvolvendo desde 2019 uma trabalho de documentação com equipes médicas que realizam transplantes de coração e pulmão, registrando todo o processo vivido pelos pacientes.
Uma parte desse trabalho gerou Primum cordis, Ensaio finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2023, que acompanha a trajetória de um paciente que aguardava há cinco anos na fila de transplantes e conseguiu realizar uma cirurgia em 2023 para receber um coração transplantado. O trabalho ganha força ao humanizar e dar um rosto a estes pacientes e famílias que lutam diariamente contra doenças terminais e não são apenas um número em uma estatística.
Saiba um pouco mais sobre a atuação de Luiz Peixoto na fotografia documental.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 38 anos, sou natural de Manaus, moro em São Paulo há mais de 10 anos, onde trabalho como Cardiologista no HCor (Hospital do Coração).
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Desde a adolescência sempre gostei muito da fotografia como uma forma de preservar memórias, mas apenas em 2018 comecei a estudar com mais afinco sobre técnica fotográfica e os diversos gêneros e linguagens fotográficas. Na Fotografia Documental, encontrei um meio de contar histórias interessantes relacionadas ao meu dia a dia, que mesmo estando ao meu redor, eu não conseguiria de outra forma. E através dela, posso expressar livremente minha criatividade e forma de ver o mundo.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2023. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
O Ensaio Primum Cordis foi realizado inteiramente no hospital que trabalho diariamente, e acompanha a trajetória de um paciente que se encontrava aos meus cuidados e já estava há mais de 05 anos na fila de transplantes aguardando um transplante de coração.
Em janeiro de 2023 ele apresentou uma piora clínica importante e precisou concluir esta espera internado em uma UTI cardiológica. Este trabalho se propõe a humanizar e dar um rosto a estes pacientes e famílias que lutam diariamente contra doenças terminais e não são apenas um número em uma estatística.
A minha produção fotográfica lida principalmente com assuntos e eventos relacionados à área da saúde, busco contar estas histórias de uma forma autoral, estando intimamente ligado aos personagens, e este ensaio é mais um capítulo de um longo projeto que estou produzindo.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Desde 2019 trabalho em um projeto de longa duração no qual conto histórias de equipes médicas que atuam em cirurgias de transplantes de coração e pulmão em hospitais públicos e privados da cidade de São Paulo, documentando a rotina dos profissionais da saúde e de vários pacientes, desde a espera pela cirurgia, o ato cirúrgico em si, e sua recuperação e reabilitação pós operatória.
Este trabalho visa principalmente aumentar o debate sobre a doação de órgãos e valorizar o empenho e dedicação dos profissionais que atuam nesta área. No momento busco formas de viabilizar a divulgação deste projeto, seja por meio de exposições ou produção literária.