Marcela Alvim iniciou cedo na fotografia, pelas mãos de sua mãe, que a levava para saídas fotográficas promovidas pelo fotoclube de Atibiaia, no interior de São Paulo. Atualmente ela fotografa famílias, com o foco na maternidade. Ao acompanhar um parto domiciliar, Marcela Alvim gestou a fotografia intitulada Aldeia, finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2023.
A imagem mostra o nascimento de Antônio, segundo filho de Bruna, que veio ao mundo junto com o nascer do sol. O título dado à imagem se refere a um ditado muito usado na maternidade: “é preciso uma aldeia para criar uma pessoa”.
Conheça mais detalhes sobre essa imagem e sobre o trabalho de Marcela Alvim.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 32 anos e atualmente moro e trabalho em Atibaia, interior de São Paulo.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Comecei minha trajetória na fotografia por inspiração de minha mãe, que também é fotografa. Quando tinha 11 anos, ela me levava ao Clube Atibaiense de Fotografia para as saídas fotográficas.
Posso dizer que encontrei na fotografia a minha linguagem. Através da fotografia, consigo expressar meus sentimentos e dividi-los com as pessoas e famílias que fotografo. A fotografia é, também, meu impulso vital, simplesmente vejo fotografias em tudo, e sei que é esse meu lugar no mundo: mostrar amor e afeto através de imagens.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2023. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
Essa fotografia foi realizada em um parto domiciliar em Atibaia. A Bruna (gestante) me chamou para acompanhar esse momento. Manu, sua primeira filha, também nasceu em casa, e agora quem estava chegando era o Antônio.
Sua chegava veio junto com o nascer do sol, cercado de sua família, irmã, papai, cães e toda a equipe.
Na hora que sua cabecinha coroou, me vi em cima da cama e pude enxergar quantas mãos estavam ali para receber Antônio. Por meio dessa fotografia, pude representar uma questão muito falada pelas mulheres, na maternidade, mas que também deveria ser mais disseminada na sociedade: “é preciso uma aldeia para criar uma pessoa”. Todos já fomos crianças, e o suporte de outras pessoas, sejam pais, parentes, amigos, professores, faz com que crescer seja bom. Nascer e crescer faz parte da vida, mas é também uma questão política.
Para além disso, é uma imagem de um momento extremamente único e cheio de amor. Nasce um bebê, nasce uma mãe, nasce um pai e toda uma família. Viver é bom.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
No atual momento, trabalho bastante com fotografia de famílias e realizo eventos também. Não vejo a hora de ter um insight para novas ideias! Criar dentro da fotografia é mágico!
Penso bastante em trazer mais a maternidade em visibilidade através da fotografia. Um chamado.