Márcio Cunha iniciou na fotografia de forma um tanto inusitada. Trabalhando como impressor fotográfico em um estúdio, seu chefe pediu um dia que trabalhasse como fotógrafo. Foi assim que teve início sua prática, realizada de forma esporádica até 2013.
Vivendo em Chapecó, sua prática fotográfica ganhou novos contornos em 2014, com a ascensão da Chapecoense à Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol. Márcio Cunha passou então a acompanhar o time e suas lentes voltaram-se gradualmente ao esporte de maneira mais ampla. Atualmente ele desenvolve um projeto de retratar atletas praticando seus esportes, criando imagens únicas.
Com a foto Mirando o Sonho, que retrata a atleta Daniele Campigotto, Márcio Cunha é um dos finalistas do Prêmio Portfólio FotoDoc 2023. Saiba um pouco mais sobre seu trabalho e objetivos, na busca de combinar a arte da fotografia à beleza do esporte.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 43 anos, vivo em Chapecó e trabalho atualmente como fotógrafo esportivo, aqui na região sul do Brasil.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
A minha trajetória na fotografia começou em 1999, saindo do meu segundo emprego, fui trabalhar como impressor fotográfico em um estúdio, ali começou meu contato com a fotografia profissional. A primeira vez fotografando foi um convite um tanto inusitado.
Meu chefe me pediu se eu queria fotografar, falei que não sabia que não tinha segurança etc.
Ele me indagou assim: Você revela todos os dias fotos boas e fotos ruins de profissionais, certo? Sim eu falei.
Então só não faça o que é ruim…
Ali comecei a fotografar, no início não segui muito o bom e ruim, mas fui evoluindo.
Mas não continuei na fotografia efetivamente, era algo mais esporádico e por volta de 2013 voltei a fotografar efetivamente.
Em 2014 com a ascensão da Chapecoense no cenário nacional, tive um período de frila para o Grupo RBS, Getty Images dentre outras agencias fotografando futebol.
E em 2019 passei a viver completamente de fotografia, primeiro com a Chapecoense e depois saindo do clube e levando a fotografia esportiva ao esporte amador, desde então.
A fotografia pra mim é a imagem que eu queria ter, que eu queria estar, o que entrego é muito do que eu gostaria ter pra mim. A fotografia é o que tem meu tempo.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2023. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
A fotografia finalista da atleta Daniele Campigotto – Mirando o Sonho é o que eu busco na fotografia esportiva. Fiz essa foto numa tarde de sol no Complexo Esportivo Verdão em Chapecó em 31 de março de 2023. Desde que eu comecei a fotografar esporte amador e atletas em suas mais diversas modalidades, queria algo a mais do que somente a competição, queria produzir e valorizar o atleta e sua dedicação ao seu esporte. E como título desse projeto o Eu Atleta, onde produzo retratos únicos de atletas praticando seu esporte.
Hoje o início ainda requer dedicação e investimento nessa linha de fotografia, mas tenho plena certeza que essas produções serão em breve o carro chefe da minha fotografia.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Hoje me dedico à venda de fotografias para atletas, equipes e marcas em competições esportivas. Trabalho em paralelo com o projeto Eu Atleta que me trouxe com a foto Mirando o Sonho entre as finalistas do prêmio.
Meus planos futuros são de registrar momentos e memórias e produzir imagens únicas no meio esportivo. Levar a arte da fotografia em combinação com a beleza do esporte em seu máximo nível.