O desafio de produzir uma imagem inspirada no movimento modernista da Bauhaus levou Maria Virgínia Martins a criar a foto Amor em tempos de sombras, uma das finalistas na categoria Imagem Destacada do Prêmio Portfólio FotoDoc 2023. A foto feita com objetos do cotidiano simula um casal de robôs passeando num parque, ao luar, representação de um relacionamento impossível, pautado por referências clássicas do namoro na era da Inteligência Artificial.
Maria Virgínia Martins vive em Vila Real, em Portugal. Iniciou-se na criação fotográfica recentemente, em 2017, ao realizar formação no Instituto Português de Fotografia, no Porto. Seu trabalho é marcado pela busca de uma abordagem criativa e pelo registro da paisagem na região onde vive.
Confira um pouco mais sobre seu ponto de vista fotográfico.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 60 anos, vivo e trabalho em Vila Real, Portugal.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
O universo da fotografia sempre despertou o meu interesse, contudo a oportunidade para começar a fotografar, de forma regular, e iniciar a aprendizagem, nesta área, surgiu em 2017, por ocasião de uma pausa a nível profissional.
Iniciei a minha trajetória no Instituto Português de Fotografia, no Porto, em Portugal, onde conclui alguns cursos. Posteriormente, durante a pandemia, fiz o curso online “Fotógrafo Artista” com Kat Chiluta e, atualmente, frequento o 2º ano da Escola Fotógrafo Artista, do Instituto Foto em Curso.
Em 2022 recebi uma Menção Honrosa no Brasília Photo Show, na categoria Landscape.
Em fevereiro de 2023 participei na exposição coletiva “Metamorfoses”, no Espaço Oscar Niemeyer, em Brasília e, atualmente, exponho trabalhos na coletiva “Liberdade no Olhar” na Galeria de Arte do Central Plaza, em S. Paulo, em parceria com a Abrasci (Academia Brasileira de Ciências, Artes, História e Literatura).
A fotografia é uma paixão paralela, não assumida profissionalmente, em que procuro aperfeiçoar-me a nível técnico e criativo. É um desafio diário de observação e criação que permite reproduzir a minha visão do mundo, desenvolver o olhar e trabalhar a abordagem criativa.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2023. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
A foto é resultado de um exercício do módulo “Bauhaus e o Fotógrafo Mentor” do curso que frequento atualmente. O tema explorado na aula foi a Bauhaus e a sua influência na fotografia contemporânea, tendo como proposta de atividade a exploração de formas geométricas, testes de luz e projeção de sombras.
Desafiando a percepção convencional, a partir de objetos do quotidiano criei um mundo de sombras, um mundo onírico. As sombras simulam um casal de robôs enamorado passeando num parque, ao luar: um relacionamento impossível pautado por referências clássicas do namoro na era da Inteligência Artificial.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Atualmente, tenho em curso um projeto para um site.
Fotografo, com regularidade, a região onde vivo, o Douro Vinhateiro, em Portugal.
Em paralelo com a fotografia de paisagem, exploro a fotografia conceptual e a expandida, áreas em que tenciono aprofundar conhecimentos.