Para Priscila Ribeiro, a fotografia não é apenas uma forma de expressão, mas também de diálogo com o mundo. Ela começou a fotografar de maneira mais sistemática após o nascimento de seus filhos, registrando a rotina familiar. Vivendo em Cuiabá, atualmente se dedica a documentar a riqueza cultural do Pantanal mato-grossense.
A partir de uma visita ao lixão para conhecer o trabalho de catadores de resíduos sólidos em 2021, Priscila Ribeiro passou a entender a importância da atuação desses profissionais na cadeia do consumo e da reciclagem. Daí nasceu a série “Dias no aterro”, finalista na categoria Ensaio do Prêmio Portfólio FotoDoc 2023.
Saiba um pouco mais sobre sua atuação e a importância dessa temática na produção fotográfica de Priscila Ribeiro.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 40 anos, moro e trabalho em Cuiabá.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Sempre tive um encanto por fotografia. Na casa dos meus pais as fotos ficavam guardadas e sempre que podia eu ficava horas organizando e olhando as fotos uma por uma. Mas foi após o nascimento dos meus filhos, fotografando nossa rotina que senti que essa forma de expressão poderia ser meu diálogo com o mundo. Para mim a fotografia vai muito além do trabalho. Através dela me conecto com as pessoas e conto as suas histórias. E eu amo isso!
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2023. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
A princípio esse trabalho começou com uma visita para conhecer os catadores de resíduos sólidos e as condições de trabalho no lixão de Cuiabá em novembro de 2021. Somente depois de conhece-los, entender a importância do trabalho deles e de presenciar as condições precárias de trabalho, comecei o projeto fotográfico documental “Dias no aterro”.
A proposta desse trabalho é mostrar para as pessoas a importância da atividade do catador no ciclo da cadeia produtiva de reciclagem, e as condições precárias de trabalho, provocando uma reflexão sobre descarte de bens de consumo e seus impactos na vida desses trabalhadores.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Atualmente estou trabalhando em um projeto sobre o Pantanal Mato-grossense que tem uma riqueza cultural maior do que se imagina. Como fotógrafa humanista quero mostrar um outro lado, registrando de uma maneira mais intimista as tradições das comunidades dessa região.
Quero continuar focada em documentar questões sociais e culturais sempre buscando um diálogo capaz de emocionar e causar reflexões. Pois acredito que a fotografia documental além de provedora de prazer estético é um importante meio de difusão da informação.