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Cores (In) Visíveis

Ouro do Silêncio O deserto, sem pressa nem sombra, revela a vastidão como promessa. A cor amarela vibra como um silêncio mineral, onde o tempo repousa.

Cores (In) Visíveis

Maria de MinasPorMaria de Minas
12 de maio de 2025
em Ensaio

Selecionado no Prêmio Portfólio FotoDoc 2025

Neste ensaio, Maria de Minas reconstrói paisagens através da cor, explorando os limites entre percepção e representação. As imagens, captadas entre 2022 e 2024 em seis países, não buscam documentar o mundo tal como é, mas como ele se manifesta sensorialmente ao olhar que o interpreta.

Por meio da redução cromática e da manipulação digital, cada fotografia é destilada até alcançar um matiz dominante — um tom que sintetiza a atmosfera emocional e simbólica do lugar. A cor deixa de ser atributo da paisagem para se tornar sua essência poética.

Cores (IN)Visíveis propõe a paisagem como construção subjetiva: um espaço entre o real e o imaginado, entre o visível e o sentido.

Véu de Fogo
A travessia noturna de um barco se dissolve no vermelho do entardecer. Um instante em suspensão entre o visível e o sonho.
Coração da Terra
A rocha e a água compartilham um abraço quente. A paisagem incandescente pulsa em tons de brasa, como se respirasse.
Linha do Destino
O caminhar sobre a duna revela uma trilha ancestral. No laranja absoluto, a matéria se curva à presença humana.
Terra do Nunca
Um campo roxo onde o tempo parece ausente. A paisagem se desfaz em pigmento e atmosfera, como uma lembrança que nunca existiu.
Altar da Água
O flamingo solitário habita um espelho violeta. O mundo reflete a si mesmo numa reverência silenciosa à leveza da existência.
Horizonte em Suspensão
Montanhas e mar dissolvidos em névoa azul. Tudo repousa no limite da forma, onde ver é quase imaginar.
Catedral dos Ventos
Picos sagrados atravessam o céu em azul glaciar. A montanha ergue sua oração em silêncio, esculpida em gelo e luz.

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Maria de Minas

Maria de Minas

Maria de Minas é fotógrafa e artista visual mineira, atualmente residente em Florianópolis (SC). Seu trabalho investiga o cotidiano, a fé popular e os gestos silenciosos que conectam o íntimo ao coletivo. Através da fotografia documental e poética, Maria constrói narrativas visuais que revelam a força simbólica do território, da tradição e da espiritualidade. Com sensibilidade para os detalhes e escuta atenta ao invisível, sua produção transita entre a memória afetiva e o imaginário popular, buscando sempre o ponto onde o real e o sagrado se entrelaçam. Participa de exposições, projetos colaborativos e ações voltadas à valorização da cultura brasileira sob um olhar humanista e sensível.

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