O sertão não é só paisagem, é herança, é memória entranhada na pele. Cresci ouvindo o estalar da terra seca sob os pés descalços e o canto dos ventos que desenham sulcos na caatinga. O sol, implacável para quem não o entende, sempre foi guia e testemunha das vidas que resistem.
No sertão, aprendi a ver além do óbvio. A fotografia se tornou minha forma de traduzir essa força – não apenas como registro, mas como uma linguagem viva. Meus retratos carregam o peso das histórias que o tempo não apaga: mãos calejadas que sustentam futuros, olhares que carregam séculos de luta, gestos que reafirmam pertencimento.
O sertão que vive em mim não é só lembrança. É o que molda meu olhar, minha busca e minha narrativa. Através da fotografia, reconecto-me a esse chão, construindo imagens que não apenas mostram, mas fazem sentir.