Vai Passar acompanha o carnaval de rua no centro do Rio de Janeiro, observando como a festa ocupa e transforma a paisagem urbana. Espaços marcados pelo fluxo funcional do dia a dia se abrem, durante o carnaval, a novas possibilidades de viver a cidade de forma coletiva. A presença dos megablocos redefine a escala urbana, ativa outras relações com a arquitetura e ressignifica temporariamente o uso de ruas e avenidas.
As fotografias acompanham essa ocupação popular que devolve força simbólica ao centro da cidade. No contraste entre a rigidez e imponência de uma arquitetura institucionalizada e corporativa e a leveza da festa, o espaço público se torna lugar de encontro, expressão e pertencimento. A festa, efêmera por natureza, tensiona a paisagem permanente da cidade e propõe outras formas possíveis de ocupação e uso. Vai Passar não fala só da folia que atravessa as ruas, mas também é sobre resistência, sobre se apropriar do espaço urbano por alguns instantes e mostrar a força que existe quando muita gente se junta e se faz presente.
As sobreposições intencionais de camadas às imagens desse ensaio se propõe a reforçar a ideia de uma presença coletiva dentro de outras formas de se observar e imaginar a cidade.