O projeto Escrevivências, iniciado em 2021, partiu do interesse em pesquisar os vestígios e manifestações da memória Africana presente no município de Nepomuceno. A investigação trata do resgate de elementos culturais presentes nas comunidades afrodescendentes locais, possivelmente remanescentes dos quilombos que existiam na região.
O enfoque adotado é a escuta ativa, à partir do conceito desenvolvido pela escritora mineira e afrobrasileira, Conceição Evaristo, buscando compor uma narrativa que valorize as subjetividades do povo afrodescendente que moram na cidade. As histórias registradas são únicas e só existem porque estão conectadas com pessoas. O registro fotográfico busca fortalecer os elos de memória entre diferentes gerações, possibilitando a recriação de laços de pertencimento e permanência das pessoas no município, ressignificando a sua presença na cidade e reescrevendo suas percepções acerca de si mesmos.

Um dos últimos benzedores do município de Nepomuceno, guardião das tradições afrodescendentes de cuidados e uso de plantas sagradas e medicinais.

Matriarca e catadora de café, auxilia e orienta as mulheres da sua própria família na época da “panha” do café, uma das atividades mais importantes para o sucesso da safra do grão, a principal atividade econômica da cidade.

Nascida e criada na cidade, fez residência em uma das áreas remanescentes do Quilombo do Messias, refúgio de pessoas escravizadas na época da escravidão.

Celebrado de norte a sul do Brasil, é uma expressão cultural e religiosa que envolve o canto, dança, teatro e espiritualidades cristã e de matriz africana. Os santos louvados nesta festa honram e relembram a proteção que estes deram aos escravos negros.

Um dos personagens mais importantes da tradição cultural e religiosa, a Folia de Reis. A festa remonta à visita dos reis magos ao menino Jesus. O termo Marungo significa companheiro ou irmão de criação, usado pelos negros que vieram para o Brasil no tráfico negreiro. Sua simbologia foi agregada à festa como representação dos soldados do Rei Herodes, enviados para matar Jesus. Na celebração, de forma sarcástica, usam máscaras e fantasias para causar catarse na audiência, remontando ao terror que os soldados despertavam no povo

Um dos representantes da Umbanda, no município, mantendo a tradição da única religião de origem afro-brasileira no país.

Companheira do Pai Aldo no tempo de Umbanda, auxilia a manter a tradição da única religião de origem afro-brasileira no país.

Mulher e mãe, adepta da Umbanda, se conecta com suas raízes e propósito de vida através dos ensinamentos da religião.

Um dos homens negros mais bem sucedidos da cidade de Nepomuceno, hoje representa uma inspiração para jovens negros que querem seguir uma carreira com base em uma formação acadêmica.

Vindo de uma família de benzedores, atualmente é umm dos últimos benzedores da área rural do município de Nepomuceno, guardião das tradições afrodescendentes de cuidados e uso de plantas sagradas e medicinais.

Mulher negra com uma experiência de vida que demonstra inspiração, superação e esperança na luta contra as drogas junto à juventude do município.