Passagem Efêmera é um projeto que atravessa toda a minha trajetória fotográfica, reunindo imagens de diferentes fases e contextos sob uma mesma investigação: a relação entre o ser humano e o tempo que lhe pertence.
A série reflete sobre a permanência da natureza e da arquitetura em contraste com a transitoriedade da existência humana. Nossa passagem é breve diante do que nos antecede e nos sobreviverá — paisagens, construções, símbolos culturais. Essa consciência se transforma em convite à responsabilidade: o cuidado com o que é duradouro, mesmo sendo passageiros.
O trabalho tem início na fotografia analógica e desenvolve uma linguagem que compreende o tempo como algo fluido, não estático. Ao longo dos anos, incorpora novas técnicas e tecnologias de forma orgânica, preservando a intenção original e ajustando-se ao ritmo e à atmosfera de cada situação fotografada.
Ao tensionar escalas temporais distintas, o projeto propõe uma leitura ambiental e ética da paisagem. Aponta para a urgência de um pensamento mais sustentável, que considere as futuras gerações e respeite os ritmos naturais e culturais que nos moldam. Em meio a tantas transformações, o que dizem nossas escolhas sobre o tempo que queremos habitar?
Entre cultura, religião, arquitetura, natureza e arte, Passagem Efêmera busca instigar um olhar mais atento ao tempo — não como algo a ser consumido, mas como um espaço de permanência e cuidado.













