Ao desvendar a diáspora africana desponta a conclusão de que a América Latina é, definitivamente, o epicentro do extraordinário no mundo. Tal constatação se vislumbra ao explorar criativamente conexões seculares entre Europa (Portugal), África (Congo e Angola) e América Latina (Brasil e Cuba).
Bantu é o nome que se dava a inúmeras populações que viviam na porção sul-equatoriana da África, sua presença era tão forte que eles acabaram por ocupar uma enorme extensão territorial. Compreende-se que estes povos – diversos em suas línguas, formas de organização sociais e políticas – iniciaram sua ocupação em 3000 a.C., sendo um dos principais grupos escravizados até o final do século XVII.
A religiosidade é um dos principais marcadores destas sociedades, que acreditavam na interação constante entre dois mundos: o visível (dos seres humanos, a terra) e o invisível (dos espíritos e deuses). E é justamente com este olhar pelo sagrado que este Projeto recupera o imaginário comum de uma África antiga ressignificada em Cuba e no Brasil.
Se no Brasil, durante aproximadamente trezentos anos cerca de 4 milhões de africanos chegaram como escravizados, Cuba recebeu legalmente até 1867, cerca de 600 mil.
Em Cuba, mas especificamente em Havana, este Projeto abordou as manifestações culturais e religiosas relacionadas ao Palo Monte, também conhecida como “Regla Conga” ou Brujería Cubana, cuja ancestralidade remete aos escravos provenientes da zona hoje conhecida como Baixo Congo.
Já no Brasil, o enfoque dado foi aos terreiros situados em quilombos, localizados na Baixada Ocidental do Maranhão, nas cidades de Codó e Guimarães. Neste caso, as religiões estudadas foram Pajés de Negro, Terecô e Tambor de Mina.













