Caminhos Ancestrais: Um Olhar sobre os Povos Originários do Brasil.

Durante uma visita ao povo Cinta Larga, testemunhamos o primeiro contato com 72 indígenas que fugiam assustado de ataques de garimpeiros e madeireiros, buscando proteção em meio às adversidades.

O contato oficial entre os Surui Paiter e os não indígenas ocorreu em 7 de setembro de 1969. Para atrair pacificamente os indígenas, a Funai pendurou objetos em uma aldeia, que hoje dá nome à Terra Indígena Sete de Setembro, situada em Cacoal (RO).

Os Bororo, mantém em suas atividades, um forte vínculo com o conhecimento da natureza, explorando suas possibilidades e respeitando suas limitações. O trabalho na roça é compartilhado entre os moradores da casa: os homens cuidam da derrubada, queimada e capina, enquanto as mulheres colaboram no plantio e na colheita, além de coletarem mel, frutos do cerrado e ovos. Nessas tarefas, crianças e maridos frequentemente ajudam. Na aldeia, é comum observar a interação familiar, como
mãe e filha pilando arroz, preservando tradições centenárias.

O povo Nambikwara, também chamado de “Povo Cinza”, foi profundamente estudado por Claude Lévi- Strauss e Marechal Rondon. Sobreviventes de ataques genocidas, preservam sua identidade em meio a desafios históricos.

Para os Cinta Larga, que se autodenominam “Matetamãe” em sua língua Tupi Mondé, a caça é uma atividade central, frequentemente celebrada em festas rituais que equilibram simbolicamente caça e guerra. No entanto, nos últimos anos, essa harmonia tem sido profundamente afetada pela invasão de garimpeiros em suas terras.

Antes da exploração descontrolada de diamantes, a Terra Indígena Roosevelt já enfrentava desafios. Durante registros do desjejum, era evidente a escassez que marcava o cotidiano desse povo, mesmo em uma área considerada uma das maiores reservas desse mineral do planeta.

Os Surui Paiter vivem da caça, pesca, coleta de produtos da floresta e agricultura. Os homens caçam e preparam os terrenos para cultivo, enquanto as mulheres cuidam das crianças, cozinham e produzem cerâmicas e cestarias. Ambos participam do plantio e da pesca, demonstrando uma organização coletiva no sustento diário.

As mulheres Paiter produzem colares com materiais como tucumã, dentes de macaco, cascos de tatu e favas do mato. Os coquinhos de tucumã são habilidosamente transformados em contas, formando peças que podem ultrapassar dez metros de extensão. Um destaque é o uso do tembetá, adorno labial feito de resina vegetal.

Os Suruí de Rondônia, autodenominados Paiter, que significa “gente de verdade”, falam uma língua do grupo Tupi, da família linguística Mondé. Em registros da época, destaca-se a figura de uma mãe e filho Paiter, simbolizando a transmissão cultural e os laços familiares.

O centro da casa Bororo é um espaço coletivo e simbólico. Além de ser o local para recepções importantes e rituais, abriga o fogo, essencial para cozinhar, espantar mosquitos e aquecer nas noites frias. Este espaço reflete a unidade social do clã e a coesão familiar.