Forçados ao exílio social a convite de um vírus autoritário e austero exigindo de cada um de nós o distanciamento de amigos, parentes e entes queridos impondo um difícil processo de sobrevivência. Nesta trajetória percebemos o desaparecimento de vidas em seu enclausuramento, sem direito ao afeto do olhar, sem direito ao toque que afaga. Sem direito a dor do luto.
Contrastando esta dura realidade, ressurgem de um tenebroso passado manifestações isquêmicas, ecoando de algumas vozes indiferentes que bradam o retorno das memórias do cárcere, surgindo assim uma nova pandemia: a da ignorância e da sofreguidão inquirindo a mordaça e a atrofia democrática com a volta da edição do Ato Institucional nº 05 de 13 de dezembro de 196 8 – AI-5.
Isolamento,
Confinamento,
Cativeiro,
Tortura,
Desaparecimento.
O que não pode desaparecer é o esquecimento!
Como mencionado no livro Direito à Memória e à Verdade – História de Meninas e Meninos Marcados pela Ditadura (Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República lançado em 2009): “Os corpos e as almas continuam a ser violados mesmo nos dias de hoje, demonstrando que não podemos considerar os micro fascismos como superados.”
Quem viver, verá?