Fria, insípida, inodora e dura. Adjetivos que poderiam descrever uma pedra, assim como a vida. Vida que perde o calor, o gosto, o perfume e a maciez, frente à pressa, às obrigações, à pressão, ao desespero.
Comemos tão rápido que não saboreamos.
Bebemos por beber, e não para celebrar.
Compramos aquilo que não precisamos, e, portanto, não valorizamos genuinamente.
Perdemos a sensibilidade e a capacidade de ter empatia.
A selfie torna-se mecânica, reproduzindo uma pose-padrão vazia, desprovida de personalidade.
A pressão do dia-a-dia, tal como a Medusa, petrifica aqueles que a encaram. A vida se endurece, esfria, perde seus estímulos e se petrifica.