São pescadores, marisqueiras, agricultores, mestiços, negros, brancos, índios. São alegres e são sofridos, fortes e frágeis, universais e peculiares. É o povo dos rios, das águas, que diariamente constrói a sua história, que se mistura e humaniza a história da luta pela valorização e proteção da biodiversidade brasileira.
Neste projeto, intitulado “Fronteira das Águas”, procuro, através de um olhar sociológico, não apenas informar, mas também provocar sensações e chamar a atenção para o que resta de água doce no planeta, ou seja, a defesa da vida como a conhecemos. O desconhecimento abre portas para a destruição. Portanto, a intenção é instigar o conhecimento, o entendimento e, a partir daí, incentivar uma atuação consciente na defesa de nossa fauna e flora, na sustentabilidade de todos os processos de nossas cadeias produtivas e na valorização dos conhecimentos que as populações tradicionais guardam há séculos sobre os bioativos da nossa natureza.
As fotografias estão reunidas em uma pequena obra, constituindo uma crônica da vida desse povo ribeirinho. Resulta daí uma sucessão de emoções que se misturam às manifestações religiosas, cenas do cotidiano, trabalho, lazer, olhares e sorrisos muitas vezes oferecidos a mim, criando-se assim uma poética cumplicidade.