Este portfólio é parte de um projeto fotográfico documental de longo prazo, chamado HUACHU, que visa explorar, entender e conscientizar a sociedade sobre as transformações sócioambientais que estão acontecendo em um dos menores, mais esquecidos e mais degradados biomas do Brasil.
O Pampa, uma expressão quéchua para “terra plana”, é um bioma caracterizado por vegetação campestre em uma paisagem plana, moldada por colinas suaves e montanhas pedregosas dispersas. O Pampa é o bioma com maior diversidade de plantas entre todos os biomas brasileiros, são 57 espécies diferentes por metro quadrado. Também detém uma parte importante de um dos maiores aquíferos do mundo, o aquífero Guarani. Infelizmente, apenas 2,8% de suas terras estão protegidas. A transformação ambiental que está ocorrendo, é que sua vegetação nativa está sendo suprimida pela agricultura extensiva, silvicultura, pastagens exóticas e mineração, causando um grande impacto ambiental.
Os gaúchos foram forjados pelo Pampa e para o Pampa. Estes homens e mulheres valorosos, outrora chamadas de vagabundos, criaram uma cultura única, uma mistura de raízes indígenas e ibéricas. O romantismo, a melancolia e a tranquilidade da paisagem do Pampa contrastam com a rusticidade, o desconforto e a dureza da lida diária do gaúcho na campanha. A transformação social é que as novas gerações estão perdendo o interesse por esse tipo de trabalho e há uma lacuna na sucessão de cultura e conhecimento.
Nos últimos quatro anos, venho documentando o Pampa e seu povo, voltando meu coração e minhas lentes para estas transformações e me reconectando com a terra que meus ancestrais chamaram de lar.