Durante um período recluso e após um horrível término de relacionamento que me deixou pra baixo, eu não queria, nem conseguia, falar com ninguém. No prédio onde eu morava, uma senhora estava sempre sentada na portaria, dando bom dia e conversando com chegava ou saía. Diziam que ela tinha algum problema, e que por isso falava sem parar. Eu como não queria falar, a escutei. Hoje Marion é minha amiga. Nos falamos por horas ao telefone. Na verdade eu mais escuto. Ela é uma mulher cheia de histórias pra contar, muitas delas beiram o Manoelismo de Barros, mas há de lhe fazer acreditar em tudo. Ela só quer falar, e ser ouvida. Eu só queria me conectar com alguém e fotografa-la.
Entre a vida e a morte nas ruas
Pessoas em situação de rua sobrevivem com a reciclagem do lixo domestico e industrial, essas pessoas trabalham em meio...