As formas como a humanidade interage com os animais são inseparáveis da história e da atual conjuntura da civilização moderna, tanto nas culturas ocidentais quanto nas orientais. Essas interações assumiram múltiplos papéis e formatos, alguns benéficos para ambas as partes, e outros, mais frequentemente do que os primeiros, benéficos para os humanos em detrimento dos animais explorados.
Uma visão de mundo que considera os animais mais do que recursos ou companhia não é nova, como observamos nos seguidores do jainismo, que demonstraram conceitos de não-violência contra os animais há mais de dois mil anos. Porém foi na última década que o que se chama de veganismo, termo criado na Inglaterra em 1944 na Inglaterra, aos poucos vai ganhando presença nas conversas, nos mercados e produzindo mudanças de hábitos.
Sensível às injustiças que nossa espécie perpetua sobre os animais praticamente em todos os países e tribos, minha jornada para me tornar um ativista dos direitos dos animais começou em 2010, quando assisti a um documentário e decidi adotar uma dieta ovo-lacto-vegetariana. À medida que mudei gradualmente para a prática da filosofia vegana, também aprofundei meu interesse em documentar as relações entre nós e os animais de todos os tipos. Ao fazer isso, questiono tradições e exponho inconsistências em valores compartilhados enquanto membros de uma sociedade global.
“Os animais e nós” é um retrato de uma pequena parte das relações entre humanos e animais não-humanos, desde um ponto de vista muito pessoal, ao longo dos últimos 13 anos. É um esforço contínuo para conscientizar o público sobre o valor da vida dos animais de forma que possamos aprender a compartilhar este planeta com eles, e não às custas deles.
Fotógrafo e videomaker nascido em Brasília e atualmente residente de Barcelona, na Espanha, se dedica à expressão dos sonhos, memórias e estados da mente através de retratos, paisagens e técnicas de longa exposição em fotografia. Também promove os direitos animais enquanto ativista.