Este portfólio reúne imagens produzidas entre 2022 e 2024 em comunidades amazônicas, especialmente no arquipélago do Marajó. A série retrata o cotidiano de pessoas que vivem entre redes, portas abertas e gestos silenciosos de afeto.
Com cores vibrantes e composições íntimas, o trabalho busca revelar o que há de monumental no ordinário: o tempo que escorre devagar, as relações que sustentam o mundo, a beleza que brota do vivido e do acolhimento.
Mas esta série é, sobretudo, um retorno. Ao fotografar, busco a mim mesma e reconstruo pedaços da história da minha família, da minha ancestralidade, das vozes que me precederam. Cada imagem é também uma tentativa de reencontro com o que foi silenciado ou apagado.
As imagens não foram capturadas, foram construidas em encontros. Cada retrato, cada cena, nasce de uma convivência respeitosa, de uma escuta visual profunda. A fotografia aqui entra descalça, pede licença e só permanece se for bem-vinda.
Esta série também é um elogio às redes: de dormir, de pescar, de cuidar. São elas que sustentam os corpos e os vínculos, e que costuram o tempo com ternura e força.