REGENERA investiga a imagem como organismo vivo em transformação. Fotografias, traços em tons de azul e experimentações com IA se entrelaçam num fluxo que não se conclui. Fotografias de fotografias, desgastadas pelo tempo, retornam e se deslocam sobre novos desenhos, criando encontros e sobreposições entre diferentes tempos e materialidades.
Nesse ciclo contínuo, a mão que constrói torna-se também imagem: elemento que transita entre criação, ruptura e recomposição, até integrar-se ao próprio campo imagético.
Entre essas camadas, brotos, plantas e fungos emergem das rachuras em múltiplos azuis, evocando a própria lógica da natureza, onde tudo está em permanente mutação e cada forma contém o germe de outra. A obra se organiza em movimento espiralado: imagens impressas a partir de fotografia e IA são desenhadas, rasgadas, refeitas e novamente fotografadas — um ciclo que não cessa.
Cada gesto convoca o próximo, produzindo visualidades em que memória, matéria e linguagem se renovam continuamente.
REGENERA é esse impulso de fazer a imagem nascer sempre de novo.
SOBRE O PROCESSO
Nasce do encontro entre fotografia, desenho e inteligência artificial em um fluxo contínuo de construção. Fotografias de caminhos e autorretratos foram expandidas por uma IA calibrada e alimentada com desenhos da artista, de onde surgiram novas formas, traços e atmosferas.
Essas imagens híbridas, atravessadas por gestos manuais e digitais, foram então impressas e novamente inseridas no processo: reposicionadas, sobrepostas e fotografadas sobre novos desenhos em tons de azul.
O trabalho se desenvolve como um ciclo que retorna sempre ao início, onde cada imagem carrega a memória da anterior e anuncia a próxima. Entre camadas de desenho, impressão, rasura e re-fotografia, a obra se transforma, germina e se reescreve, operando num movimento espiralado que ecoa os ritmos da própria natureza.








